Dependência de ferramentas de colaboração digital e requisitos de autoatendimento de TI alteraram o relacionamento dos funcionários com a tecnologia
Analistas da empresa de consultoria Gartner indicam que a maior dependência de soluções de colaboração digital e a falta de suporte de TI pessoal durante o trabalho remoto alterou as relações de muitos trabalhadores com a tecnologia. Estudo recente da empresa, afirma que, aproximadamente, um em cada cinco trabalhadores (18%) se considera especialista em tecnologias digitais, em função dos desdobramentos da pandemia de Covid-19. Mais da metade dos colaboradores indica ser, pelo menos, proficiente nas novas ferramentas eletrônicas usadas no trabalho remoto.
“Os trabalhadores aproveitaram a crise para melhorar seu domínio de uma ampla gama de tecnologias e aplicações no espaço de alguns meses”, diz Whit Andrews, Vice-Presidente de Pesquisa do Gartner. “O local de trabalho de hoje é muito diferente do que tínhamos em 2019, e os Chief Information Officer (CIOs) devem preparar suas infraestruturas tecnológicas, assim como os espaços de escritório, para abraçar o futuro do local de trabalho digital”.
A pesquisa do Gartner “Experiência do Trabalhador Digital – 2021”, realizada com mais de 10.000 profissionais de organizações com 100 ou mais funcionários, descobriu que os trabalhadores digitais aumentaram sua dependência por dispositivos portáteis durante o ano de 2020. Os profissionais relataram um aumento de 11% na proporção de seu tempo de trabalho gasto em laptops, smartphones ou tablets. Por outro lado, o tempo gasto em desktops diminuiu 8%.
O estudo também mostra um aumento no número de trabalhadores que usam tecnologias pessoais para fins de trabalho. Mais da metade dos entrevistados relataram que usam aplicativos ou serviços da Web que obtiveram pessoalmente – a maioria dos quais é sancionada pelo empregador – para colaborar com outros colegas. A mesma proporção (55%) está usando dispositivos pessoais para o trabalho em pelo menos parte do tempo.
“Quando as organizações foram forçadas a migrar para modelos remotos no início de 2020, os trabalhadores começaram a confiar em seus próprios dispositivos ou programas que descobriram por si mesmos para compensar as deficiências tecnológicas de seus empregadores”, avalia Andrews. “Em 2021, as empresas podem abraçar essa tendência, expandindo a escolha de dispositivos e programas de software que os funcionários podem usar com pouco ou nenhum atrito”.
Produtividade
Uma das principais e mais persistentes questões para os executivos em relação aos impactos das restrições e mudanças vistas desde 2020 é o efeito do trabalho remoto na produtividade.
Entre os funcionários cujo tempo de trabalho em casa aumentou desde janeiro de 2020, 36% relataram um aumento na produtividade, enquanto 35% relataram nenhuma mudança, segundo o estudo. A flexibilidade na jornada de trabalho foi o fator mais citado para maior produtividade, selecionado por 43% dos entrevistados.
“Agora que muitos trabalhadores experimentaram a flexibilidade que o trabalho remoto oferece, ele será um fator-chave na contratação e aquisição de talentos”, destaca Andrews. “Na verdade, 69% dos profissionais em nossa pesquisa disseram que eram mais propensos a considerar uma nova função que lhes permitisse trabalhar em um local de sua escolha, e 64% eram mais propensos a considerar uma função que permite horários flexíveis”.
Em contrapartida, um quarto dos trabalhadores pesquisados relatou que sua produtividade caiu. Problemas de conectividade e mudanças de tecnologia estão entre os principais motivos citados para a diminuição da produtividade.
“A proficiência digital se torna ainda mais essencial para a produtividade ao trabalhar remotamente”, destaca o analista. “Os CIOs devem estender a orientação e o treinamento lateral de trabalhador para trabalhador para garantir que nenhum funcionário seja deixado para trás, pois o domínio da tecnologia se torna a expectativa”, conclui Andrews.
- Fonte: Computerworld
- 07 de maio de 2021