A nova edição do Censo das empresas de TIC no Brasil, realizado pela Assespro nacional e pela Federação Ibero-Americana das Entidades de Tecnologia da Informação (Aleti), mostra o mercado nacional de tecnologia fugindo da crise econômica, avançando em faturamento e aumentando as contratações.
De acordo com a 6ª edição do Censo, enquanto em 2015 apenas 25% das empresas pretendiam ampliar o quadro de colaboradores em 10% ou mais, no ano passado esse percentual passou para 40% das empresas. Os investimentos de até R$ 30 mil passaram de 12% para 20% do total. Já a faixa de R$ 30 milhões a R$ 300 milhões cresceu de 34% para 41%.
Além disso, das 469 empresas que participaram da pesquisa, quase 70% fatura até R$ 5,4 milhões ao ano, tendo crescido o número de companhias que faturam entre R$ 1,8 milhão e R$ 5,4 milhões. Em 2018, elas representavam 32% do total, contra 25% em 2017.
“A primeira questão que fica evidenciada na pesquisa é que se confirmou a retomada que o setor tinha apresentado em 2017. Esse é o fator mais importante, que se apresenta tanto na receita como na contratação de mão de obra”, avalia o coordenador da pesquisa e diretor da Assespro Nacional, Roberto Mayer. “Como a necessidade de investimento é menor, o setor de TICs se adapta e reagem mais rapidamente”, completa.
O Censo também indicou que os aportes em pesquisa, desenvolvimento e inovação também mostraram essa reação. Segundo o levantamento, passou de 33% para 41% a fatia das empresas do setor que investem mais de 4% em P&D. No entanto, cerca de um quarto do mercado, 24% das empresas, não investiu nada em pesquisa em 2018.
Uma outra constatação da pesquisa é uma redução nas exportações. Segundo a Assespro, indicação de que houve uma procura mais intensa de alternativas no mercado externo durante o pior período de crise no Brasil. Mas com alguma recuperação da TI, o setor voltou a se concentrar mais no mercado interno.
“Nesse período de crise, tivemos uma preocupação maior das empresas em trabalhar com exportações. Mas os resultados de 2018 mostram que o número de empresas exportadoras diminuiu, voltou aos níveis de 2013, 2014. Parece que o esforço para conquistar mercado externo foi mais umpaliativo da crise, não um objetivo de longo prazo. E do ponto de vista estratégico isso é uma coisa complicada”, adverte Mayer.
Fonte: Convergência Digital
09 de setembro de 2019