O anúncio de Luis Lamb como futuro secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado, feito na semana passada pelo governador eleito Eduardo Leite, sinaliza para pelo menos dois pontos promissores quando se trata de aportar na economia do Rio Grande do Sul uma visão de futuro.
Uma delas é o fato dele ser um profissional técnico (é o atual pró-Reitor de Pesquisa da Ufrgs) e pesquisador respeitado na área de Inteligência Artificial (IA), uma das tecnologias mais promissoras das últimas décadas. “A Inteligência Artificial vai ser decisiva para a indústria, comércio e serviços e o Estado tem potencial para ser um polo de empreendedorismo, aproveitando esse ecossistema de inovação que já temos para estimular o surgimento de startups nesta área”, vislumbra.
O outro fator de otimismo para a escolha de Lamb é que ele é um dos principais articuladores do Pacto Alegre, iniciativa fomentada pela Aliança pela Inovação (formada por Ufrgs, Pucrs e Unisinos + Prefeitura e entidades representativas) para criar um ecossistema de referência internacional de inovação, cultura e qualidade de vida para a capital gaúcha.
No lançamento do projeto, em novembro, aliás, o governador eleito esteve presente e demonstrou interesse que essa iniciativa possa transbordar para todo Estado. O próprio Lamb já conversou, no âmbito do Pacto Alegre, com representantes de outras regiões gaúchas interessadas em participar. “Acredito que a articulação que podemos fazer com os atores interessados em investir em tecnologia será o ponto fundamental para construirmos um ambiente favorável para capitalizar a vinda de investimentos externos e o surgimento de empreendimentos baseados na economia do conhecimento. Os parques tecnológicos já têm feito isso com sucesso”, relata Lamb.
Busca por soluções
Ainda não se sabe o quanto de investimentos a secretaria da Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado receberá. Mas esta tem sido, tradicionalmente, uma pasta com poucos recursos. Lamb sabe disso. “Os investimentos são importantes, mas não são eles que, necessariamente, definem as soluções”, diz. Ele acredita que o fato de as pessoas se darem conta que o Estado tem que mudar faz com que elas estejam mais dispostas a inovar. “Vivemos uma situação difícil, mas temos ativos interessantes para reverter isso, como o patrimônio das universidades e as empresas gaúchas”, comenta.
Pesquisas mantidas
Em tempo, Lamb vai assumir a secretaria, mas não vai abandonar a vida acadêmica. Ele seguirá orientando os seus alunos de mestrado e doutorado da Ufrgs e, claro, continuará com os projetos de pesquisa que estão em andamento. A maior parte deles são voltados para Inteligência Artificial (IA), tema para o qual ele se tornou um importante porta voz.
Fonte: Jornal do Comércio
26 de dezembro de 2018