A Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira, 11/02, adverte para a falta de mão de obra qualificada na indústria no Brasil. Segundo o levantamento, é mais do que hora- e isso exige estratégia imediata- que a educação básica passe a dar ênfase nas áreas de STEAM (ciência, tecnologia, engenharia, artes e matemática) e fomentar a interdisciplinaridade, a resolução de problemas e o desenvolvimento de habilidades para a tomada de decisões.
“O Brasil paga caro por ter focado em um ensino médio generalista voltado para o ingresso nos cursos superiores. Cerca de 2 a cada 10 estudantes que concluem o ensino médio alcançam a educação superior. O restante dos estudantes, incluindo aqueles que abandonaram o ensino médio por falta de perspectivas, entra no mercado de trabalho sem preparo, sem uma profissão”, observa o relatório da CNI.
O estudo lembra que, no Brasil, apenas 9,7% das matrículas do ensino médio são em cursos de educação profissional. Na Alemanha, na Dinamarca, na França e em Portugal esse percentual é superior a 40% e alcança cerca de 70% na Áustria e na Finlândia. Entre as empresas ouvidas pela CNI e que relatam a falta de trabalhador qualificado, 96% afirmam que têm dificuldades para contratar operadores.
Ainda na área de produção, 90% das empresas dizem que enfrentam dificuldades para encontrar trabalhadores de nível técnico. Também há falta de profissionais qualificados para as áreas de vendas e marketing (82%), administrativa (81%), engenharia (77%), gerencial (75%) e pesquisa e desenvolvimento (74%). As informações estão na Sondagem Especial – Falta de Trabalhador Qualificado, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
A solução do problema, considera ainda a CNI, depende de ações no curto e no médio prazo. “De imediato, é necessário um esforço de qualificação e de requalificação da força de trabalho. No longo prazo, é preciso intensificar os esforços para melhorar a qualidade da educação básica no Brasil, priorizando a educação profissional”, diz a pesquisa, feita com 1.946 indústrias de todo o país. O levantamento foi feito de 1º a 11 de outubro de 2019, com 1.946 indústrias de transformação e extrativas de todo o país. Dessas, 794 são pequenas, 687 são médias e 465 são de grande porte.
Fonte: Convergência Digital
11 de fevereiro de 2020