Uma pesquisa da empresa de segurança cibernética Surfshark em 177 países, entre 2013 a 2020, mostra uma aceleração nas requisições de informações pessoais de usuários de redes sociais por parte de autoridades governamentais e órgãos de segurança pública. Mas ressalta um aumento especialmente elevado no ano de 2020, o primeiro da pandemia de Covid-19 e do isolamento social, notado de forma ainda mais aguda no Brasil.
“Globalmente, 2020 viu o aumento ano a ano mais significativo nas contas solicitadas até agora – de 0,9 milhão para 1,3 milhão (quase 40%). Isso provavelmente está relacionado ao aumento do crime online durante a pandemia do Covid-19. No Brasil, as contas solicitadas cresceram 89% em 2020 em relação a 2019, mais que a média global”, aponta o relatório.
A pesquisa mostra que as autoridades dos Estados Unidos e de países da União Europeia como Alemanha, Reino Unido, França, Irlanda, e Portugal, lideram em requisição de informações. No total, mais de 5 milhões de contas foram solicitadas em 177 países de 2013 a 2020, com um aumento constante nos últimos anos.
Apesar da alta acima da média de 2020, no período todo o Brasil ocupa o 14º lugar no mundo e 1º lugar na América do Sul, com base nas contas solicitadas por 100 mil pessoas pelo governo no período de 2013-2020 (178 contas por 100 mil pessoas), em comparação com Argentina (26º com 105/100 mil) e Colômbia (48º com 21/100 mil habitantes). Ao longo desses oito anos, o número de solicitações de informações cresceu quase 280% no conjunto dos 177 países.
A Apple lidera em taxas de divulgação desde 2016, atendendo à maioria dos pedidos de acesso a dados de usuários (80%) em comparação com Microsoft, Facebook e Google (de 69% para 72%). No Brasil, Facebook e Google são as que receberam o maior número de contas solicitadas pelas autoridades, 165,9 mil e 139,4 mil, respectivamente. O Facebook divulgou 64%, enquanto o Google cumpriu com 62%.
- Fonte: Convergência Digital
- Imagem: Freepik
- 03 de julho de 2022