JORGE AUDY – Assessor de Ciência, Tecnologia e Inovação da reitoria da PUCRS e presidente da Anprotec
Em nenhum momento da História, a educação e a inovação foram tão determinantes para o futuro de nosso país. A educação, por ser a base para construção de uma sociedade mais justa e equilibrada. E a inovação, porque foi pelos investimentos em ciência e tecnologia que os países que lideram a economia mundial atingiram essa posição. Porém, o Brasil está perigosamente comprometendo nosso potencial de crescimento e de investimentos nessas duas áreas. Ao limitarmos os investimentos em educação e em ciência e tecnologia, comprometemos não só o presente, mas as futuras gerações e o futuro do país como protagonista em um mundo de transformação.
Nesse sentido, não podemos aceitar que projetos, tanto do Legislativo quanto do Executivo ou de todos os níveis de governo, subtraiam nossas esperanças e nosso potencial. E é isso o que acontece quando são aprovadas políticas e projetos que reduzem os investimentos nessas duas áreas. Evidente que o país vive momentos de enorme crise econômica e desequilíbrio nas contas públicas. Mas, para superar este momento, parece que nossos governantes optaram por políticas de cortes de gastos indiscriminados, reduzindo investimentos em todas as áreas e em todos os segmentos. Esta postura não nos ajudará a superar a crise. Ao contrário, nos afundará mais ainda em uma espiral de depressão (das pessoas) e recessão (da economia). Entendemos que, como sempre, a sabedoria está no equilíbrio, nem cortar tudo, nem seguir gastando sem responsabilidade. Devemos, mais do que nunca, investir, mas investir bem, investir no nosso futuro, com responsabilidade e audácia.
Ao mantermos e ampliarmos os investimentos nestas áreas, educação e inovação, mostramos para a sociedade como vamos superar esta crise e como vamos nos (re)posicionar no cenário mundial das nações. Educação e inovação: este binômio é a luz ao fim do túnel, a esperança de construirmos um futuro melhor. Devemos parar de comprometer nosso futuro reduzindo energia e investimentos em educação, em ciência e tecnologia e em inovação. Ou o legado de nossa geração ao futuro será a regressão a uma sociedade pré-industrial, cada vez mais desequilibrada e desalinhada com os valores e princípios que regem a nova economia e a nova sociedade.
Zero Hora
20 de junho de 2017