Porto Alegre dá mais um passo no propósito de se transformar em uma cidade do futuro, inovadora na dimensão urbana, econômica e social. A Aliança para a Inovação, iniciativa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Pontifícia Universidade Católica (Pucrs) e Unisinos, promoveu ontem um encontro que selou o início, na prática, das atividades.
Uma das presenças foi a do espanhol Josep Piqué, presidente da Associação Internacional de Parques Científicos e Tecnológicos (IASP) e consultor do projeto na capital. O próximo encontro será em novembro. Até lá, algumas tarefas de casa deverão estar finalizadas, como a definição de qual deverá ser a missão de Porto Alegre sobre esse tema e a formalização dos desafios e caminhos a serem seguidos.
Também será apresentado o resultado do mapeamento de todas as iniciativas voltadas à inovação existentes atualmente na cidade, como as das universidades, aceleradoras, incubadoras, empresas e poder público. Com isso, será possível ver as sobreposições e gargalos que precisarão ser resolvidos.
“Essa é uma etapa muito importante pois nos mostrará os pontos fortes e as fraquezas em cima das quais teremos que agir posteriormente. É um trabalho que vai nos dar confiança e vigor para saber onde focar”, explica Piqué, que foi um dos idealizadores do Projeto Barcelona @22 e consultor de outras iniciativas como essa pelo mundo, como as de Medellin (Colômbia) e de Santa Catarina.
Feito isso, em novembro será firmado o Pacto para Inovação e estabelecida a governança do projeto. A cada seis meses, os encontros se repetirão para a avaliação dos resultados. A Aliança foi criada para transformar Porto Alegre em uma referência na área de inovação e empreendedorismo no País.
Segundo Piqué, as dificuldades que o Brasil vem enfrentando nos últimos anos não podem impedir projetos como esse. “As mudanças não surgem de uma situação tranquila. Em Barcelona, o pacto surgiu no momento de umas maiores crises da Espanha, em que a desesperança tomava conta de todos. Estávamos em queda livre, mas foi tomada a decisão de fazer esse pacto pelo crescimento, que desse confiança para as empresas, as universidades e governo”, conta.
Ele relembra que mais de 30 projetos concretos novos foram criados na época e vinculados a desafios que passaram a ser perseguidos conjuntamente. Em Santa Catarina, o primeiro estado brasileiro a aderir a essa ideia, o pacto nasceu a partir de 141 ações e experiências que já estavam acontecendo, e foram sendo otimizadas.
Um dos ineditismos da iniciativa do pacto em Porto Alegre, comenta Piqué, é que o trabalho está sendo liderado universidades – em Santa Catarina, por exemplo, a iniciativa foi do governo estadual. “Isso é algo inovador porque nos dá luz do que pode ser novo momento das universidade que transformem realidade”, acredita.
Fonte: Jornal do Comércio
05 de julho de 2018