A missão é clara: posicionar a Stefanini, empresa brasileira presente em 41 países e a quinta operação nacional mais internacionalizada, segundo ranking da Fundação Dom Cabral de 2018, como um player digital na Europa. O líder à frente deste desafio é o gaúcho Farlei Kothe, que assumiu no ano passado como CEO da empresa na região.
“Queremos continuar crescimento no mundo tradicional e avançar exponencialmente no digital”, projeta. A operação local presenta cerca de 15% a 17% dos negócios totais da Stefanini. “Para 2020, a expectativa é expandir de 15% a 20%, além de fazer uma ou duas aquisições de empresas digitais inovadoras para complementar nosso portfólio”, explica. Um dos mercados estratégicos deste movimento é a Ucrânia, país que a empresa montou uma operação recentemente de olho na alta qualidade dos profissionais.
Kothe fica sediado em Bucareste, na Romênia, onde está fica a maior operação da Stefanini na região, incluindo toda parte administrativa. Dos três mil profissionais, metade está nos três escritórios do país. A operação Europa fatura 120 milhões de euros anualmente e tem clientes espalhados por 19 países como Suíça, França, Alemanha e Itália, em áreas como retail, manufatura, marketing, financeiro e automotivo.
Uma característica da Europa é a cultura de as companhias terem as suas sedes no Leste, suportando países e clientes que estão com seus headquarters no Oeste europeu – no caso da Stefanini, em Bruxelas, na Bélgica. “A Romênia, onde está 60% do nosso time, representa menos de 3% do nosso faturamento na Europa. Estar no Leste para atender o Oeste nos torna mais competitivo”, explica.
Kothe nasceu em Santa Cruz do Sul (RS), foi empreendedor e teve três empresas, todas de desenvolvimento de software. Desde sempre atendeu clientes multinacionais. “Entrei na Stefanini em 2008 por uma decisão estratégica minha de buscar uma alternativa de ir para exterior. Desde o início, o meu espirito empreendedor casou com estilo do Marco (Stefanini)”, observa.
Ele foi contratado e logo se envolveu na estruturação do primeiro centro de desenvolvimento da empresa no Sul do Brasil, localizado no Tecnopuc. “Fui a primeira pessoa da operação da fábrica de Porto Alegre e, em três anos, já éramos 200 pessoas”, relembra. Em 2013, foi promovido a gerente executivo e foi assumindo outras cidades, como Curitiba, Brasília e Rio de Janeiro. Em 2018, recebeu o convite para assumir a área de aplicações da Stefanini na Europa e, quando o CEO se aposentou, assumiu com principal líder local, de olho em grandes desafios. “Aqui a disputa por mercado é com players como Fujitsu, IBM e HP. Na Europa estão os headquartes do mundo”, observa.
Fonte: Jornal do Comércio – Patrícia Knebel
07 de fevereiro de 2020