Estudo revela que dados de saúde são mais valiosos que informações financeiras na dark web

Segundo relatório anual da Apura Cyber Intelligence, a área da saúde foi a terceira mais atacada em 2021. O mapeamento mostra que, muitas das informações roubadas em ciberataques são vendidas na dark web (servidores anonimatos na internet) e chegam a valer mais do que informações bancárias.

O estudo evidencia que, durante a pandemia, hospitais, clínicas e outras instituições do setor de saúde, públicas e privadas, sofreram grande impacto com a digitalização. No entanto, a mudança dos serviços para o ambiente virtual não foi acompanhada por investimento em infraestrutura e segurança, deixando o setor de saúde vulnerável aos cybercrimes.

Dados pessoais armazenados pelas empresas do segmento se tornaram alvo principal de hackers, colocando em risco até a vida de pacientes.

Ainda de acordo com o relatório, a área da saúde foi a terceira mais atacada no Brasil por ransomware, ficando atrás somente de Governo e Indústria.

O diretor da consultoria de negócios Peers Consulting, Alexandre Sgarbi, explica que “Até então, as empresas de saúde não se sentiam alvos por não lidarem com dados bancários, porém, as informações de um paciente não mudam nunca e podem nutrir detalhes para golpes ainda maiores do que um desvio do saldo bancário. E por que esse dado no mercado vale mais do que de cartão de crédito? Porque ele permite que você faça fraudes muito maiores do que realizar uma compra na internet ou um empréstimo. A partir do dado pessoal do paciente, é possível fraudar seguro de vida, por exemplo, com valores muito maiores do que um roubo de cartão. Em média, dados referentes ao histórico médico de um paciente valem, na dark web, em torno de 50 vezes mais que dados bancários”.

Para o consultor, a enorme cadeia de negócios envolvidos na saúde, desde rede farmacêutica até hospitais, deixa o setor ainda mais desamparado. “Já existem casos de hackers conseguirem o contato de fornecedores de saúde de medicamentos do hospital, por exemplo, fraudar a compra desse medicamento e vender como droga no mercado negro. Há muito espaço para novos crimes cibernéticos no mercado da saúde, pois é algo muito recente” disse Sgarbi.

Ele ainda complementa que ataques a equipamentos de saúde podem prejudicar o tratamento de pacientes, colocando a vida deles em risco.

 

  • Fonte: LGPDBrasil.com.br
  • Imagem: Freepik
  • 18 de junho de 2022