Recentemente, novos escândalos sobre privacidade de dados de grandes empresas foram descobertos e divulgados no mundo todo. Primeiro, o Facebook, em que cerca de 50 milhões de usuários tiveram suas informações vazadas, por meio de um teste de personalidade, para a empresa de marketing político Cambridge Analytica. Ainda, um e-mail interno também foi exposto, no qual o VP Andrew “Boz” Bosworth fala que o crescimento da empresa deve ser prioridade, mesmo que alguns usuários sofram literalmente com isso.
Depois, o Grindr, um dos mais famosos aplicativos de relacionamentos para o público LGBT, vazou dados dos seus usuários sobre o status de HIV de cada um, data do último teste realizado, além de localização e telefone para duas empresas parceiras de monitoramento de dados, a Apptimize e a Localytics. Ao todo, mais de 3,6 milhões de pessoas foram atingidas.
Ambos os casos tiverem repercussão bastante negativa. As ações do Facebook despencaram 6,8% após o escândalo e a empresa chegou a perder U$ 95 bilhões em valor de mercado. Já o grupo chinês KunLun Group Limited, que adquiriu o Grindr em janeiro, teve queda de 4,7% de suas ações na bolsa de Pequim. Isso sem contar uma série de críticas que os dois receberam.
A falha na segurança de dados já é uma das maiores preocupações atuais. As vulnerabilidades de segurança e o vazamento de dados aumentaram consideravelmente nos últimos anos e só no ano passado mais de 40 empresas tiveram brechas reportadas.
Qualquer indústria está sujeita a violações de dados. Como resultado deste tipo de incidente, elas podem experimentar não só impactos financeiros, como também penalidades previstas na lei, queda na fidelização de clientes e na sua reputação. Mas, para implementar as políticas e controles de segurança adequados, as organizações enfrentam sérios obstáculos para proteger os dados.
Para alavancar o sucesso na proteção de dados, o avanço das políticas corporativas de segurança é mandatório. Qualquer organização que esteja lidando com a privacidade de seus clientes deve investir em eficiência de segurança, isto é, em políticas mais rigorosas e tecnologias avançadas.
As políticas de segurança bem planejadas são estratégicas para qualquer organização. Elas devem definir quem gere o programa de segurança, o que é prioritário em termos de prevenção e proteção, quando e onde acionar as medidas necessárias e quais são estas medidas.
É necessário prestar atenção especial em:
– Métodos aceitáveis de compartilhamento de arquivos
– Diretrizes de uso da Internet
– Uso adequado de dispositivos sem fio
– Uso adequado de tecnologias criptografadas
– Políticas de senha
– Aplicações proibidas
– Serviços proibidos
– Políticas de Privacidade
– Políticas de backup
– Acesso remoto aceitável
– Descarte adequadamente os dados (sensíveis e não sensíveis)
– Políticas de spam
Para começar a desenvolver políticas de segurança, deve-se realizar uma avaliação de segurança nas operações atuais. Isso é instrumental para identificar as lacunas e os pontos fortes. Depois disso, é hora de identificar quais as tecnologias e ferramentas ainda são necessárias na estratégia de segurança para proteger melhor os dados. Usar um framework, como NIST, ISO, PCI DSS, SANS ou outros, deve facilitar a avaliação.
Quando se trata de proteger dados confidenciais, algumas das ferramentas-chave são a criptografia, o monitoramento regular, os backups e as soluções de endpoint.
A criptografia é focada inteiramente em dados, no seu armazenamento, proteção e transmissão. As soluções de endpoint podem usar criptografia para evitar perda de dados e vazamento, impor políticas de proteção de dados unificadas em todos os seus servidores, redes e dispositivos, reduzindo assim o risco de violação de dados.
Ferramentas como IDS/IPS e SIEM são importantes no monitoramento de atividades mal-intencionadas na rede e para alertar a equipe apropriada para responder ao evento. Por fim, uma solução de backup pode ajudar a restaurar a perda de dados por erro humano, durante um ataque de ransomware, por exemplo.
Fonte: Computerworld
17 de abril de 2018