No Brasil, o bom senso não é algo que se encontra facilmente, se não fosse lei, até hoje os cintos de segurança estariam mofando e enferrujados na parte de baixo dos bancos, como foi durante décadas, até passar a ser exigido, fiscalizado e punido quando não utilizado, e isto que estamos falando da segurança física e pessoal do condutor e de que está com ele, imagine quando é algo mais sutil. A sutileza neste caso se trata da LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados, que foi criada em 2018 e passará a vigorar a partir de agosto de 2020, quando então as empresas devem estar alinhadas diante das exigências previstas dentro destas normas.
A primeira coisa que se deve saber é do que trata exatamente a LGPD, é proteção de dados, mas que dados? Em termos gerais toda empresa que trata com dados pessoais como nome, RG, CPF dentre outros, precisa respeitar estas novas normais, logo é difícil dizer qual empresa “não” estaria incluída neste rol.
E não estamos falando apenas do RH das empresas, mas pense naquele edifício que você precisou entrar e que teve que dar sua identidade, ou tirar uma foto, colocar sua digital, tudo isto são dados seus, e eles podem coletar, mas terão de garantir a proteção integral até o momento da eliminação destes dados do sistema. Esta garantia precisa ser muito bem estruturada, e é ai que as normas entram, definindo como, quando, onde guardar, manter e excluir adequadamente as informações.
Veja o caso recente que foi muito divulgado sobre uma empresa da região que jogou fora dezenas de currículos com todas as informações pessoais de quem confiou na empresa e deixou seu currículo para uma possível vaga de emprego, bem, isto agora passa a ser um crime passível de multas enormes.
A empresa precisa garantir de forma rastreável, que mantém guardado estes dados até sua eliminação, e esta garantia precisa estar documentada, assim como precisa garantir que ninguém tenha acesso, logo não pode, por exemplo, colocar no lixo, onde qualquer pessoa poderia ter acesso a estes dados, cada detalhe precisa ser muito bem pensado, e é ai que entra o DPO (Data Protection Officer) ou Encarregado pela proteção de Dados.
O profissional com o perfil exato para este trabalho ainda não existe, pois ele não é exclusivamente de uma área apenas, mas precisa ter conhecimentos interdisciplinares pois abrange áreas diversas e o ideal é que seja um híbrido técnico, jurídico e com competências interpessoais. Diferente do que algumas empresas poderiam imaginar, não se trata do mesmo profissional que faz segurança de dados no departamento de informática, ainda que até possa ser este o profissional que vá absorver os novos conhecimentos, mas o perfil exige outros conhecimentos, e necessita ter acesso a alta administração, com liberdade e responsabilidades para tomada de decisão.
Em dois, este tipo de profissional passará a estar presente nas grandes empresas, e mesmo as pequenas terão de se adaptar a esta necessidade, e isto faz com que os profissionais que iniciam agora sua qualificação para a área, possam sair em vantagem quando o evento chegar a todos com a força da lei.
Como posso me tornar um DPO?
Para chegar lá muito trabalho precisa ser feito e muito conhecimento deve ser adquirido. Atualmente há empresas que realizam treinamentos, aplicam provas de certificação e que são uma excelente maneira de iniciar sua jornada profissional nesta nova área. Um exemplo é a certificação Assespro-RS, que realizará este trabalho aqui em Gravataí, dos dias 16 a 20 de Março, no auditório da faculdade CNEC, com aulas presenciais e uma prova no final que permitirá certificar o profissional como DPO, desde que alcance a nota para aprovação e tenha a frequência mínima exigida.
Os interessados podem verificar as informações a respeito desta certificação em https://certificacaolgpd.eventize.com.br/, sendo que associados da AGTI (Associação das Empresas e Profissionais de Tecnologia da Informação do Vale do Gravataí) tem um desconto de 20%.
Há também muito material sendo disponibilizado na internet, no entanto por se tratar ainda de um conteúdo novo, é comum encontrar material de qualidade duvidosa, desta forma um treinamento oficial, além de prepara-lo com o conhecimento correto, ainda te dá um networking qualificado para seguir seu aprendizado na necessária evolução constante que a área necessitará.
Então que tal começar 2020 se preparando para uma nova área que tem um potencial de destaque e ainda com baixa concorrência, já que a quantidade de profissionais da área é muito pequena, e a procura passará a ser muito maior por eles.
Fonte: Seguinte.inf.br – Silvio Teixeira
28 de janeiro de 2020