O Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações apresentou nesta quinta, 14/12, um ‘plano para a manufatura avançada’ no Brasil, onde faz um diagnóstico de fraquezas e potencialidades do país para o aumento da produtividade e uso das novas. E no que não chega a ser uma surpresa, o setor produtivo aponta dificuldades em conectividade e qualificação de mão de obra como os maiores obstáculos a serem superados para uma ‘indústria 4.0’.
“As maiores preocupações estão no acesso a infraestruturas tecnológicas e educacionais e deficiências na infraestrutura de banda larga”, aponta o documento base do plano apresentado pelo MCTIC. Nas pesquisas feitas para embasar o trabalho, o setor produtivo identificou ainda como fraquezas do Brasil a baixa competência em áreas tecnológicas, em máquinas inteligentes e novos modelos de negócio.
Do lado positivo, o destaque vai para a base de conhecimento nacional em software, disparado como o segmento com maior capacidade de contribuir com o aumento da produtividade, além de soluções de automação. “As empresas entendem que existe uma base de conhecimentos em software, soluções de automação e plataformas de tecnologias capazes de dar suporte a áreas tecnológicas deficientes.”
O cenário é ainda mais desafiador para micro, pequenas e médias empresas. De fato, a análise considera que “é preocupante a situação das MPME, cuja maioria vem trabalhando nos limites da 2a revolução industrial, aproveitando de forma restrita as tecnologias digitais, situação agravada pela inserção limitada do país em mercados digitalizados, assim como a adoção de modelos de negócios orientados a produtos em vez de dados”.
Para além do diagnóstico, o plano elenca 52 ações, como eleger áreas estratégias e prioritárias, iniciativas de evolução da internet das coisas, adequações no sistema educacional e programas de capacitação, desenvolvimento de cadeias produtivas, viabilização de instrumentos legais de incentivo, e ainda disponibilizar banda larga e redes móveis com melhor qualidade.
Para o ministro Gilberto Kassab, “esse plano é a contribuição do governo brasileiro para a indústria, para que possa contar com apoio para desenvolver os trabalhos e uma forma de disponibilizar ferramentas aos nossos empreendedores”. O secretário de desenvolvimento tecnológico e inovação, Álvaro Prata, afirma que “o objetivo é criar condições para que as empresas brasileiras possam acessar e usufruir o suporte à ciência, tecnologia e inovação, a partir de cadeias produtivas de setores estratégicos”.
Entre esses setores, o plano indica que os mais promissores para a aplicação da manufatura avançada são telecomunicações, automotivo, logística e transporte, saúde, além da própria indústria de transformação.
Fonte: Convergência Digital
15 de dezembro de 2017