Reforma trabalhista e o amadurecimento das relações entre empresa e funcionário

O debate ainda é necessário para que a sociedade compreenda quais são os reais direitos dos trabalhadores, evitando que as polêmicas desnecessárias e, por vezes, falaciosas, ofusquem as questões que precisam ser discutidas.

A aprovação da reforma trabalhista na Câmara dos Deputados vem provocando polêmica. Principalmente, porque os seus críticos defendem que reforma abala o princípio protetivo ao trabalhador, que rege as relações laborais. No entanto, a proposta trata de uma nova relação entre empregado e empregador. É uma relação mais madura, onde ao empregado é permitido negociar seus direitos através de acordo coletivo, quando é imprescindível a participação do sindicato. Lembrando, todavia, que tal direito já lhe foi garantido pela própria Constituição Federal, promulgada em 1988.

Entretanto, uma mais aprofundada do Projeto de Lei 6.787/2016, votado no último dia 26 de abril de 2017, permite identificar que aspectos travestidos de inovação já se encontravam em nosso ordenamento jurídico, em discussões judiciais entre empregados e empregadores, além das decisões lavradas pela Justiça do Trabalho.

Uma cuidadosa leitura de cada um dos artigos propostos permite enxergar que a reforma busca um maior equilíbrio entre a legislação trabalhista e as demais leis vigentes, notadamente o Código Civil, Código Tributário Nacional e Código de Processo Civil, assim como as Súmulas dos Tribunais Laborais, principalmente o Tribunal Superior do Trabalho e o Supremo Tribunal Federal, estando lastreada nos direitos sociais prescritos pela Constituição Federal.

Nota-se, também, a ênfase dada ao equilíbrio entre os poderes, vedando ao Judiciário a restrição de direitos previstos em lei e/ou criação de obrigações não abrangidas por norma legal.

Ao percorrer os artigos propostos pela reforma, identificamos pontos amplamente discutidos na Justiça do Trabalho, tais como: limite da responsabilização do sócio retirante das empresas; tempo de deslocamento versus tempo à disposição do empregador, equiparação salarial “em cascata”, entre outros.

A reforma pretende também sanar dúvidas e lacunas, como no caso do teletrabalho, já previsto pelo artigo 6º da CLT, também chamado de trabalho remoto e home office. Inova, ainda, ao regular sobre eventuais discrepâncias na relação trabalhista, imputando multa à empresa por eventual discriminação por sexo ou etnia durante a relação de trabalho, possibilidade de inclusão de cláusula arbitral no contrato de trabalho e trazendo para a Justiça Especializada os honorários de sucumbência, já presentes na Justiça Comum.

Ao empregado também será permitido negociar a extinção do contrato de trabalho, com o pagamento de metade dos valores referentes às verbas rescisórias e levantando 80% dos valores depositados no FGTS, o que hoje é considerada uma rescisão fraudulenta.

Outro fator amplamente discutido é o fim da obrigatoriedade do desconto de um dia de salário a título de contribuição sindical, que visa a manutenção da estrutura confederativa. Tal medida acaba por impor aos sindicatos menores diminuição em sua capacidade econômica para representação dos trabalhadores na assinatura dos acordos e convenções coletivas.

O fato é que, apesar da propagada perda de direitos trabalhistas, os direitos fundamentais dos trabalhadores estão preservados. Assim, permanecem garantidos o direito ao salário mínimo, férias (com acréscimo de 1/3), adicional noturno, FGTS, aviso prévio, licenças maternidade e paternidade, proteção à saúde, higiene e segurança do trabalho e aposentadoria.

A intenção do legislador com a presente proposta é garantir a empregabilidade em período de grave recessão econômica. E é neste ponto que cabe uma crítica e reflexão: será a presente reforma trabalhista suficientemente hábil para garantir o emprego de uma população de 14 milhões de desempregados?

Certamente não. É preciso compreender que os encargos sobre a folha de pagamento não sofrerão alterações, posto que os direitos trabalhistas estão preservados.

Outra crítica é o fato de a proposta da Câmara de Deputados contar com a alteração de mais de cem artigos da CLT, sem que houvesse maiores ponderações dos representantes da sociedade, ao contrário do que ocorreu com a alteração dos Códigos Civil e de Processo Civil, que foram submetidos a intensos debates, envolvendo precipuamente, advogados, juristas e juízes.

Por fim, é importante esclarecer que o debate ainda é necessário para que a sociedade compreenda quais são os reais direitos dos trabalhadores, evitando que as polêmicas desnecessárias e, por vezes, falaciosas, ofusquem as questões que precisam ser discutidas com a sociedade – a maior interessada na reforma trabalhista.

Administradores

16 de maio de 2017

MCTIC cria um conselho consultivo para apontar prioridades do setor

O Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações cria mais um colegiado para formular planos, metas e prioridades para o setor. Desta vez é um conselho consultivo, que tem como principal objetivo discutir a política de ciência, tecnologia e inovações como fonte e parte integrante da política nacional de desenvolvimento, além de avaliar, monitorar e mensurar sua execução.

O ministro da pasta exercerá a função de coordenador do órgão, com o subsecretário de Conselhos e Comissões da pasta à frente da Secretaria-Executiva do colegiado. Também compõem a instância os membros do CCT, o presidente da Anatel, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Telebras, o secretário-executivo do MCTIC e os titulares das secretarias de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (Setec), de Política de Informática (Sepin), de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento (Seped), de Radiodifusão (Serad) e de Telecomunicações (Setel).

Especialistas com notório saber e personalidades relacionadas às áreas ligadas ao MCTIC podem ser convidados pelo ministro para participar das reuniões do conselho consultivo, embora sem direito a participar das votações. Os encontros deliberativos somente serão realizados com a presença de, no mínimo, metade dos conselheiros. As decisões ocorrerão por maioria simples dos integrantes presentes. O coordenador e o secretário-executivo do órgão têm a prerrogativa de convocá-lo sempre que necessário.

TI Inside

15 de maio de 2017

Ataques cibernéticos causaram prejuízo de US$ 280 bilhões às corporações

Os prejuízos causados por conta de ataques cibernéticos giraram em torno de US$ 280 bilhões, nos últimos 12 meses, revela pesquisa global da Grant Thornton, empresa de auditoria, consultoria e outsourcing. O levantamento destaca ainda que aumentou de 15% para 21% o número de empresas impactadas em relação ao levantamento realizado no ano passado. Apesar do maior número de atingidos, o prejuízo causado pelos ataques diminuiu frente a 2015, quando foram estimadas perdas de US$ 315 bilhões de dólares.

A perda de reputação das companhias (29%); o tempo de gestão (26%) e a perda e rotatividade de clientes (16,4%) são os principais impactos dos ciberataques nos negócios. Custos com remoção (12%); perda direta ou rotatividade (7,4%), competitividade (3,6%) e mudança de comportamento do cliente (3,1%), completam a lista. A pesquisa aponta ainda que apesar das empresas estarem cientes do risco desse tipo de ataque, 52% não investem em prevenção.

Na América Latina, grande parcela dos cibercrimes (39%) está relacionada a informações relevantes para os negócios das empresas. “No Brasil o vazamento de informações estratégicas também reflete a maior preocupação das companhias”, comenta Marcos Tondin, diretor de soluções tecnológicas da Grant Thornton. Já na zona do Euro, G7, e na América do Norte, o maior risco são referentes a danos de infraestrutura.

A extorsão virtual, quando servidores de empresas são bloqueados e seus gestores só recebem acesso novamente mediante pagamento para os criminosos, também é um dos maiores problemas na América Latina, 28,1%, ficando atrás apenas do bloco de países Asiáticos, 35,1%. Os setores mais suscetíveis a essa modalidade de ataques cibernéticos são serviços financeiros (45,8%); cuidados da saúde (23,7%); energia (23,3%); bens de consumo (22,4%); educação (22,1%); viagem, turismo e lazer (19,8%); agricultura (17,9%); setor produtivo (16,3%); tecnologia, meios de comunicação e telecomunicações (13,0%); transporte (11,3%); imobiliário e construção (6,2%) e serviços profissionais (4,8%).

A pesquisa International Business Report da Grant Thornton – The Global Impact of Cyber Crime é realizada com mais de 2500 líderes de empresas, baseadas em 36 economias.

Convergência Digital

15 de maio de 2017

Saque e Pague apresenta projeto de agência bancária digital em Londres

A gaúcha Saque e Pague, rede de autoatendimento multisserviços bancários e não bancários, foi convidada para contar o seu case de criação de agências bancárias 100% digitais durante a Self-Service Banking Europe 2017, um dos principais eventos de autoatendimento bancário da Europa. O congresso acontece nos dias 23 e 24 de maio, em Londres.

A criação de pontos de convergência totalmente digitais, proposta pela empresa, prevê que os clientes possam realizar no terminal todos os serviços oferecidos pelas agências. Isso inclui emitir cartão de conta corrente na hora e depositar ou fazer o pagamento de contas em dinheiro diretamente no terminal, sem necessidade de usar envelope. Ao todo, são mais de 40 transações que podem ser realizadas no ambiente digital.

O primeiro e único ponto de convergência totalmente digital do Brasil é o do Banpará – Banco do Estado do Pará, em Belém, inaugurado em fevereiro de 2017.

Em 2015, a Stefanini, empresa da área de TI com atuação em 41 países, adquiriu 40% da Saque e Pague.

Jornal do Comercio

15 de maio de 2017

Microsoft libera atualização de segurança de versões do Windows mais antigas

Usuários de versões mais velhas do windows – Windows XP, Windows 8 e Windows Server 2003 – podem obter a atualização de segurança dos sistemas para se proteger do ciberataque global, iniciado na última sexta-feira, 12. A Microsoft liberou, extraordinariamente, versões de atualização destes sistemas devido ao alto risco e os dados causados pelo vírus espalhado globalmente.

Em comunicado, a empresa informa que “a decisão foi tomada com base numa avaliação da situação, com o princípio de proteger firmemente o nosso ecossistema de clientes em geral.”

A nota assinada por Phillip Misner, gerente principal do Grupo de Segurança do Centro de Resposta de Segurança Microsoft, prossegue dizendo que “alguns dos ataques observados usam táticas de phishing comuns, incluindo anexos maliciosos. Os clientes devem estar vigilantes ao abrir documentos de fontes não confiáveis ou desconhecidas. Para clientes do Office 365, estamos continuamente monitorando e atualizando para protegê-los contra esses tipos de ameaça, incluindo o Ransom:Win32/WannaCrypt. Mais informações sobre o próprio malware estão disponíveis no Microsoft Malware Protection Center no blog Segurança do Windows. Para aqueles que chegam agora ao Microsoft Malware Protection Center, informamos que trata-se de uma discussão técnica focada em fornecer ao profissional de segurança em TI informações para ajudar a proteger os sistemas. Estamos trabalhando com os clientes para fornecer assistência adicional à medida que a situação evolui.”

Download de atualizações de segurança em inglês: Windows Server 2003 SP2 x64Windows Server 2003 SP2 x86, Windows XP SP2 x64,Windows XP SP3 x86Windows XP Embedded SP3 x86Windows 8 x86, Windows 8 x64

Para baixar versões localizadas da atualização de segurança para Windows XP, Windows 8 ou Windows Server: http://www.catalog.update.microsoft.com/Search.aspx?q=KB4012598
TIO Inside

 15 de maio de 2017 

Governo elabora programa para ampliar apoio a startups

Programa Nacional Conexão Startup Indústria pode alavancar a inovação e fortalecer indústrias brasileiras.

O governo tem tomado iniciativas para aproximar as indústrias e startups do País. O Programa Nacional Conexão Startup Indústria, apresentado em setembro de 2016, recebeu investimento de R$ 10 milhões no ano passado.

O programa, gerido pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), tem o objetivo de promover o ambiente de negócios entre startups e indústrias, atuando com foco em ações de integração digital das diferentes etapas da cadeia de valor dos produtos industriais no País.

No início do ano, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) abriu inscrições para o programa InovAtiva Brasil, que oferece mentorias e aceleração de startups de forma gratuita. Foram disponibilizadas 300 vagas para capacitação, mentoria e conexão com possíveis investidores. No InovAtiva, o foco é ajudar empreendedores iniciais em seus primeiros passos no mercado.

O ministro da pasta, Marcos Pereira, disse que as startups terão apoio do governo para criar mais empregos. “Precisamos agregar valor ao que produzimos, devemos buscar e reter conhecimento e contribuir na completa modernização do setor produtivo.”

Em 2016, o MDIC também estabeleceu um acordo com o Sebrae para fortalecer o apoio à inovação e ao empreendedorismo para o crescimento das micro e pequenas empresas e, principalmente, para o desenvolvimento do País.

Com a assinatura do convênio, a expectativa é criar ações voltadas ao desenvolvimento de novas startups, gerando mais conhecimento e desenvolvimento ao País. Dentre as ações previstas está a criação de um comitê gestor do programa, coordenado pelo MDIC, Sebrae e outros parceiros.

Portal Brasil

12 de maio de 2017

Brasil já sente primeiros efeitos de ataque cibernético em massa

Sede da Telefônica/Vivo, Tribunal de Justiça de SP, Tribunal Regional do Trabalho de SP e Ministério Público de SP estão entre os afetados.

Após relatos de ataques cibernéticos em empresas da Europa ao longo desta sexta-feira, 12, começam a surgir no Brasil os primeiros relatos de efeitos. Segundo apurou a reportagem, dentre as empresas afetadas estão a sede brasileira da Telefônica/Vivo, em São Paulo, além do Tribunal de Justiça de São Paulo, o Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo e o Ministério Público do Estado de São Paulo. Ainda não está claro, porém, o alcance dos ataques no País.

O Brasil é um dos 74 países afetados pelo ataque de ransomware — quando um software malicioso é usado para “sequestrar” um computador –, segundo levantamento preliminar feito pela empresa de segurança Kaspersky. No total, já foram registrados mais de 45 mil casos dentre empresas e órgãos públicos e governamentais em todo o mundo. Nas instituições atingidas, um aviso aparece na tela dos computadores exigindo que seja paga uma quantia em bitcoins para que o sistema volte a operar. Trata-se do ataque de ransomware mais rapidamente disseminado já registrado em todo o mundo.

De acordo com fontes ouvidas pela reportagem, os funcionários da Telefônica/Vivo foram orientados a desligar os computadores e desconectar todos os dispositivos da rede corporativa. No início da tarde, a empresa orientou os funcionários do prédio administrativo a deixarem a empresa, já que apenas um número reduzido de executivos e funcionários formariam um comitê de crise para resolver o problema. A empresa não confirma oficialmente as informações sobre a dispensa de funcionários e afirma continuar operando normalmente.

Por meio de nota, a Telefônica Espanha informou que foi detectado, na manhã desta sexta-feira, um incidente de segurança cibernética que afetou alguns computadores de colaboradores que estão na rede corporativa da empresa. “Imediatamente, foi ativado o protocolo de segurança para tais incidentes com a intenção de que os computadores voltem a funcionar o mais rápido possível”, afirmou, no comunicado. A Telefônica/Vivo informou que seus serviços não foram afetados pelo ataque e que dados dos clientes continuam seguros.

Já no Tribunal de Justiça de São Paulo, segundo relatos de fontes, uma tela com o ataque de sequestro de computadores apareceu em alguns computadores exigindo pagamento para liberação dos arquivos da máquina — o chamado ataque de ransomware. O Tribunal de Justiça de São Paulo informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que pediu para os funcionários desligarem os computadores. O site do Tribunal de Justiça de São Paulo está fora do ar, assim como os sites do Ministério Público de São Paulo e do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

Procurada pela reportagem, a Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp), órgão responsável por prestar serviços de TI para órgãos do governo estadual, não confirma os ataques, mas orientou os funcionários a desligarem os computadores.

Precauções

Em âmbito federal, o Serpro, empresa de TI que presta serviços para o governo federal, informou que não registrou nenhum tipo de ataque à sua rede nesta sexta-feira, mas que já acionou um plano de contingência para evitar problemas.

Por enquanto, não houve nenhum ataque a pessoas físicas.

DCI
12 de maio de 2017