A situação do Brasil com relação à Inovação não é nada animadora. Essa é a principal advertência do estudo Propriedade Intelectual, Inovação e Desenvolvimento: desafios para o Brasil, produzido pela Associação Brasileira da Propriedade Intelectual (ABPI) e entregue à Secretaria de produtividade do Ministério da Economia. O levantamento mostra que o Brasil se mantém na lanterna no ranking global de inovação e aparece como o 69º no Índice Global de Inovação, produzido pela Universidade de Cornell, Insead e Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI).
Mesmo dentre os 18 países latinoamericanos, o Brasil aparece na 7ª posição, muitas posições atrás do Chile (46º no Global), líder regional, Costa Rica, México, Panamá, Colômbia e Uruguai. Mais grave ainda,o País vem caindo no ranking: em 2011 ocupava a 47º posição e caiu para a 69º em 2016 e 2017. Também preocupa que, sendo a 8ª economia do mundo, nenhuma empresa brasileira apareça na edição de 2018 no rankingdas 50 Empresas mais inovadoras, desenvolvido pelo The Boston Consulting Group (BCG).
Tambem revela que o Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) tinha, no fim de 2017, 225.115 pedidos de patente pendentes. O prazo médio para análise, no Brasil, é de 10,2 anos, enquanto no Japão é de 1,3 ano, e nos EUA e União Europeia, de 2,2 anos. O estudo é taxativo: as políticas públicas têm sido insuficientes para promover mudanças e transformar a inovação em força motriz da economia brasileira.
Os dispêndios públicos são claramente insuficientes e têm oscilado, comprometendo a eficácia das políticas que são adotadas; e igualmente, os dispêndios privados tampouco cresceram como se esperava e seria necessário para catapultar o país ao grupo de nações inovadoras. O resultado é que em 2015, o gasto total de inovação foi de 1,28% do PIB, o percentual máximo alcançado pela série, e que corresponde a aproximadamente 50% da alocação em países que ocupam a liderança.
De acordo ainda com o relatório, a elevada proteção à indústria, formou um empresariado habilidoso para enfrentar crises e sobreviver no ambiente de incerteza e instabilidade monetária e institucional que marcou a trajetória do país, mas avesso ao risco inerente à inovação.N ão sofrendo as pressões mais fortes da concorrência, foi possível acomodar-se na posição pragmática de não correr os riscos da inovação, e quando necessário optar pela modernização via aquisição de máquinas e equipamentos, treinamento de pessoal e consultorias técnicas. Clique aqui e veja a íntegra do estudo da ABPI.
Fonte: Portal Conjur e Convergência Digital
19 de fevereiro de 2019