França lidera o novo Índice Global de Complexidade de Negócios
A 10ª edição do Índice Global de Complexidade de Negócios (GBCI, na sigla em inglês), divulgado pela fornecedora de serviços TMF Group, o Brasil é o terceiro país mais complexo para se fazer negócios.
Apesar de ter deixado o topo do ranking, posição que ocupou no ano passado, a jurisdição brasileira continua sendo destaque entre as 78 analisadas pelo estudo – que correspondem, segundo a TMF, a 92% do PIB mundial total e 95% dos fluxos globais líquidos de IDE (Investimento Direto Externo).
O relatório compara 292 indicadores sobre os principais aspectos da realização de negócios, incluindo cronogramas de incorporação, folha de pagamento e benefícios, regras, regulamentos, taxas de impostos e outros fatores de conformidade.
Na avaliação da TMF, um dos fatores-chave para a complexidade do Brasil quanto ao tema reside em seus processos contábeis e fiscais. “O sistema tributário brasileiro é composto de três camadas – municipal, estadual e federal – e isso contribui para um ambiente densamente regulamentado. Além disso, há frequentes mudanças na regulamentação tributária. As corporações que entram no mercado brasileiro precisam entender a estrutura exigente e geralmente se beneficiam ao contar com uma expertise para navegar no mercado”, analisa a empresa, em nota.
“Apesar disso, medidas foram tomadas no Brasil para tornar a operação mais simples para as empresas. Nos últimos 12 meses, houve uma simplificação das regras de controle cambial e outras exigências especificamente aplicáveis aos investidores estrangeiros. Adicionalmente, para os serviços de fundos, procedeu-se à revisão do enquadramento regulamentar, o que se espera venha a simplificar os processos no futuro. Com o Brasil caminhando em direção à estrutura regulatória global de conformidade, processos e legislação consistentes devem facilitar as coisas para as empresas que já estão familiarizadas com a regulamentação global”, continua a nota.
Segundo a TMF, o ambiente geopolítico desafiador da atualidade também tem tornado o Brasil mais atraente para investidores: “Por exemplo, muitas empresas que agora não podem operar na Rússia se mudaram para o Brasil”. Para Rodrigo Zambon, Diretor Geral da TMF Group Brasil, o país “está cheio de oportunidades para investimentos de longo prazo. Iniciativas de curto prazo serão ainda mais impactadas devido à complexidade e burocracia brasileiras”.
Entre outros destaques do índice, agora liderado pela França, depois de muitos anos os Estados Unidos aparecem fora da lista dos dez últimos lugares (ou seja, entre os países mais fáceis para se fazer negócios), enquanto Dinamarca, Reino Unido e Hong Kong mantêm suas posições entre as jurisdições menos complexas, que seguem encabeçadas pelas Ilhas Cayman, em 78º lugar.
Índice Global de Complexidade de Negócios: primeiros e últimos lugares
Top 10 mais complexos
- 1. França
- 2. Grécia
- 3. Brasil
- 4. México
- 5. Colômbia
- 6. Turquia
- 7. Peru
- 8. Itália
- 9. Bolívia
- 10. Argentina
Top 10 menos complexos
- 69. Malta
- 70. Jersey
- 71. Nova Zelândia
- 72. Reino Unido
- 73. Ilhas Virgens Britânicas
- 74. Hong Kong
- 75. Holanda
- 76. Curaçao
- 77. Dinamarca
- 78. Ilhas Cayman
- Fonte: Administradores.cnt.br
- Imagem: Freepik
- 16 de junho de 2023