Essa crise econômica em que fomos jogados, por conta da pandemia, esta causando uma verdadeira devastação nas pequenas empresas e pode ser comparável a períodos de guerra, exceto pelo fato de que foi uma guerra imposta pelo governo ao direito das pessoas de se locomoverem e comercializarem livremente seus produtos e serviços.
Empresários com negócios bem estruturados, quase centenários, e Startups que nem chegaram a iniciar suas atividades. Todos estão vivendo o mesmo drama. Estão impedidos de funcionar, de gerar receita, de pagar fornecedores e manter seus colaboradores e até mesmo colocar comida na mesa de suas famílias.
Tornou-se banal dizer que estamos todos no mesmo barco. É mentira, estamos todos na mesma tempestade. Sim, o mar é o mesmo para grandes e pequenos.
Mas os barcos são diferentes. Uns estão em navios ou iates cheios de recursos enquanto outros remam em um bote frágil e lotado de tripulantes.
O que acontece com as famílias é o mesmo. Quem possui uma residência confortável encara esse lockdown horizontal de forma distinta dos que moram em uma quitinete ou em um barraco sem espaço e sem conforto.
Poucas semanas após iniciar a pandemia em uma Live o presidente da Caixa Econômica Federal anunciou medidas emergenciais para socorrer pequenas empresas e MEIs (Microempreendedores Individuais). Passados mais de 14 meses nessa situação chegamos a triste conclusão de que dinheiro tem, mas o crédito nunca chegou aos pequenos negócios. E não é só a restrição no CPF ou CNPJ que impede acesso a financiamentos. Altas taxas de juros, burocracia e principalmente falta de garantias são os principais fatores que dificultam os pequenos negócios na hora de obter recursos.
Uma pesquisa do Sebrae em parceria com a FGV, mostra que das (6,7) milhões de micros e pequenas empresas que solicitaram crédito entre 8 de abril e 20 de setembro últimos, apenas 16%, ou 1 em cada 7 empresas, efetivamente conseguiu. Entre as principais dificuldades identificadas esta o CPF dos sócios com restrição e a negativação no CADIN / Serasa.
No entanto, a maior obstáculo apontado entre os empresários pesquisados é a falta de garantias ou fiadores, situação muito comum no dia a dia dessas empresas, mesmo antes da pandemia.
Na análise tradicional de crédito os bancos olham para frente, e no atual cenário o horizonte não é favorável. Como as pequenas empresas não têm garantias para oferecer, os bancos evitam emprestar. Embora o governo federal tenha liberado recursos do PRONAMPE (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte), a burocracia e desorganização da máquina pública impedem que os recursos cheguem na mão de quem precisa.
Nesse momento a melhor arma que temos é a união e pressão popular, se você conhece alguém que esta passando por situação parecida, divulgue e pressione os líderes e gestores públicos da sua região, além disso, entre em contato com associações do seu setor e junte-se a outros que estão passando pelo mesmo problema. A troca de experiências ajuda e fortalece, precisamos nos manter unidos e dar visibilidade para a realidade dos fatos isso vai ajudar e acelerar as mudanças que precisam ser realizadas.
Precisamos proteger a vida e os pequenos negócios que são responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto do país.
Juntos somos mais fortes e vamos vencer essa luta.
- Alexandre Mota
- Diretor Vice Presidente de Marketing e Eventos Assespro-RS
- Empreendedor Digital
Articulista Assespro-RS
09 de abril de 2021