A importância da análise de dados para evitar fraudes nas empresas

Nos últimos anos, o número de tentativas de fraudes em organizações corporativas aumentou exponencialmente. Um levantamento da Fortinet, empresa de segurança cibernética, mostra que, em 2022, companhias brasileiras sofreram 31,5 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, somente no primeiro semestre do ano – um aumento de 94%, quando comparado ao mesmo período de 2021.

Neste cenário, buscar soluções que protejam os dados do negócio e dos clientes é fundamental. O uso de Business Intelligence (BI) – em portugues, Inteligência de Negócios –, que consiste na coleta e análise de dados para extração de informações de alto valor, desempenha um papel essencial na identificação e prevenção de fraudes.

Fabio Neves, superintendente de relacionamento SIS Innov & Tech, empresa de consultoria estratégica de inovação e transformação digital e Tech Hunting, explica que a tecnologia de BI complementa o uso de ferramentas de inspeção de códigos, que identificam e tratam vulnerabilidades sistêmicas e operacionais. “Analisar dados, traz insights não apenas de prevenção e identificação de fraudes, mas também para otimização dos processos”, afirma Neves.

Ao analisar padrões, comportamentos e transações suspeitas, as empresas podem antecipar ameaças e tomar medidas proativas para mitigar riscos. Um sistema de BI pode identificar fraudes como identidade falsa, desvio de fundos, compras fraudulentas, reivindicações falsas etc. É possível, até mesmo, criar alertas envolvendo a configuração de regras e condições para movimentações suspeitas.

Segundo Fabio, reforçar a estrutura tecnológica da empresa para evitar possíveis golpes também aumenta a confiança dos clientes no negócio. “Quando uma companhia é capaz de identificar e mitigar fraudes de forma eficaz, passa uma mensagem de que está comprometida com a segurança e a proteção dos dados de seus clientes”, diz o executivo. “Só é preciso ter cuidado para elevar o nível de segurança sem criar dificuldades que comprometam a experiência do cliente”, afirma.

Mariana Lima, diretora de operações da SIS Innov & Tech, complementa que garantir a qualidade dos dados é essencial, mas algumas práticas podem ser adotadas para evitar que as medidas preventivas afetem negativamente essa experiência. “Isso inclui, desde a segmentação dos clientes em níveis de grupos de risco, personalização dos algoritmos, monitoramento em tempo real e testes pilotos, até uma comunicação transparente sobre as medidas adotadas e feedbacks contínuos para melhorias”, diz.

Qualidade dos dados

Garantir a qualidade dos dados com foco em identificar fraudes pode ser um desafio, pois envolve adaptações frequentes nos modelos analíticos para acompanhar as mudanças nas táticas de golpes. A qualidade dos dados é fundamental e pode ser medida pelos seguintes critérios:

Acurácia: verificar a precisão dos dados em relação à realidade.

Integridade: avaliar se os dados estão completos e sem duplicações.

Consistência: verificar se os dados seguem um padrão uniforme ao longo do tempo e entre diferentes fontes.

Relevância: garantir que os dados são pertinentes para os objetivos analíticos.

Atualização: avaliar a frequência com que os dados são atualizados para refletir mudanças no ambiente de negócios.

Cultura organizacional antifraude

Integrar a tecnologia de BI com políticas internas, processos do negócio e aos colaboradores ajuda a criar uma cultura organizacional de vigilância. “É preciso tornar um ambiente propício à prevenção de fraudes para que seja possível realizar análises em tempo real para detectar atividades suspeitas e aplicar medidas preventivas”, diz Mariana.

Capacitar a equipe para usar o BI no controle de fraudes envolve treinamento abrangente sobre a interpretação dos insights fornecidos, garantindo que eles possam agir rapidamente diante de anomalias. “As empresas podem implementar áreas específicas para a prevenção de falsificações. Alguns métodos de capacitação para colaboradores incluem workshops, treinamentos presenciais ou virtuais, materiais de aprendizado online e tutoriais interativos, por exemplo”, afirma Mariana. “Esses treinamentos abrangem desde a introdução aos conceitos de BI e sua aplicação no controle de fraudes, até a prática na tomada de decisões com base nos dados e a colaboração com outras equipes envolvidas na prevenção de fraudes.”

Manter os treinamentos atualizados é fundamental, pois as tecnologias, os métodos de fraude e os dados estão em constante evolução. Atualizações regulares garantem que a equipe esteja ciente das modalidades mais recentes de golpes e das melhorias nas ferramentas de BI.

 

  • Fonte: TIInside.com.br
  • Imagem: Freepik
  • 12 de outubro de 2023