A conectividade global geral do Brasil diminuiu ligeiramente de 2015 a 2017, após um crescimento anual de 2010 a 2015. Em 2017, o Brasil ficou na 58ª posição entre 169 países incluídos no DHL Global Connectedness Index, caindo da 55ª posição em 2015.
Para que um país seja conectado globalmente, ele deve ter amplos fluxos internacionais relativos ao tamanho de sua economia doméstica (o que nós chamamos de “profundidade”) e seus fluxos internacionais devem ser distribuídos globalmente em vez de ter um foco estreito (o que nós chamamos de “extensão”). O Brasil ocupa somente a 147ª posição entre 169 países em profundidade, mas ocupa a 13ª em extensão. Nos fluxos de comércio (que constituem cerca de 35% do índice geral), a discrepância é ainda maior: o Brasil fica na penúltima colocação em profundidade de comércio, mas a segunda no mundo todo em extensão.
A baixa posição do Brasil no ranking de profundidade indica que os fluxos internacionais do país são pequenos em relação à sua atividade doméstica. Países de larga extensão territorial naturalmente tendem a ocupar posições mais baixas no ranking de profundidade por causa das oportunidades em seus grandes mercados internos.
No entanto, mesmo após medirmos estatisticamente tamanho, localização, idioma e outras características, os fluxos internacionais do Brasil ainda são menores do que nossos modelos previram. Desde que pontuações mais altas de profundidade são associadas com crescimento econômico mais acelerado, esses resultados sugerem que o Brasil apresenta oportunidades substanciais não aproveitadas para se beneficiar de uma maior conectividade global.
Os cinco países em que os fluxos internacionais mais excederam as expectativas são Camboja, Malásia, Moçambique, Singapura e Vietnã. Quatro desses cinco países com melhor desempenho estão localizados no Sudeste Asiático. Os países do sudeste asiático se beneficiam de ligações com redes de cadeia de fornecimento asiáticas mais vastas e de iniciativas políticas da ASEAN que promovem a integração econômica. Essa é uma boa notícia para a região, pois aprofundar a conectividade global pode ajudar a acelerar o crescimento econômico dos países.
O estudo foi divulgado pela DHL nesta quarta-feira, 13/02, a quinta edição do DHL Global Connectedness Index (GCI), uma análise detalhada da globalização por medições de fluxos internacionais de comércio, de capital, de informações e de pessoas. O novo relatório do GCI representa a primeira avaliação abrangente dos desenvolvimentos na globalização em 169 países e territórios desde o referendo do Brexit no Reino Unido e a eleição presidencial de 2016 nos Estados Unidos.
Apesar das crescentes tensões antiglobalização em muitos países, a conectividade atingiu um pico recorde em 2017, pois os fluxos internacionais de comércio, de capital, de informações e de pessoas entre fronteiras nacionais se intensificaram significativamente pela primeira vez desde 2007. O sólido crescimento econômico impulsionou os fluxos internacionais enquanto importantes mudanças políticas, como os aumentos nas tarifas americanas, ainda não haviam sido implementadas.
O índice de 2018 mede o estado atual da globalização e os rankings individuais de cada país com base na profundidade (intensidade de fluxos internacionais) e na amplitude (distribuição geográfica de fluxos) das conexões internacionais dos países. Os cinco países mais conectados globalmente do mundo em 2017 foram Holanda, Singapura, Suíça, Bélgica e Emirados Árabes Unidos.
Oito dos dez países mais conectados do mundo estão na Europa, o que ajuda a torná-la a região mais conectada do mundo, especialmente devido aos fluxos de comércio e de pessoas. A América do Norte, líder em fluxos de informações e de capital, ficou em segundo lugar no ranking de regiões do mundo, seguida pelo Oriente Médio e o norte da África em terceiro lugar. .
Em nível global, o GCI mostra que, por exemplo, apenas cerca de 20% da produção econômica em todo o mundo é exportada, cerca de 7% dos minutos em chamadas telefônicas (incluindo chamadas pela internet) são internacionais e apenas 3% das pessoas moram fora dos países onde nasceram. O relatório também desmistifica a crença de que a distância está se tornando irrelevante. A maioria dos países está muito mais conectada aos seus vizinhos do que a nações distantes.
Fonte: TI Inside
13 de fevereiro de 2019