Em um ato simbólico de posse, realizado nesta sexta-feira, 28/12, Gilberto Kassab passou o ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações para seu sucessor, o astronauta Marcos Pontes. E o novo ministro fez alertas: será preciso endereçar uma meta global de cortes nos cargos comissionados, mas ainda assim melhorar a gestão para alavancar a pesquisa e mostrar serviço para garantir recursos.
“Há uma meta global do governo de 30% de cortes [nos cargos comissionados] mas não temos uma meta para o ministério. Isso precisa ser feito com cuidado. Não posso tirar uma mão e, em seguida, precisar dela. Vamos fazer uma avaliação ao longo do ano”, afirmou Pontes.
Ele destacou, no entanto, algumas prioridades para a gestão da pasta, tendo como uma das principais a redução da burocracia para a atividade de pesquisa. Os pesquisadores gastam 36% do tempo com tarefas burocráticas”, lamentou o futuro ministro. “Precisamos resgatar o prestígio da ciência e da tecnologia. E penso muito em retorno dos investimentos”, emendou.
De acordo com o futuro ministro, outra prioridade é dinheiro: a pasta opera hoje com um terço do orçamento que tinha há cinco anos. “Temos já trabalhado com a equipe econômica que está entrando a respeito das necessidades de recursos e do descontingenciamento do fundo nacional de desenvolvimento científico e tecnológico, que é um trabalho contínuo. Mas o fato de mostrar resultados ajuda também a pleitear mais fundos para os projetos”, observou em entrevista.
Indagado sobre as estatais da sua pasta – Telebras e Correios – Pontes disse que as empresas precisam provar o retorno do investimento, mas deixou claro que a decisão de privatizar ou não as companhias será do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Além da posse formal, no entanto, a primeira semana do novo ministro será destinada à missão confiada pelo futuro presidente: fazer tratativas com o governo de Israel com vistas ao uso no Brasil da tecnologia de dessalinização da água usada naquele país.
Segundo Pontes, essa é a prioridade que o MCTIC vai levar à reunião dos ministros indicados por Jair Bolsonaro, neste fim de semana, na qual serão discutidas as prioridades para os primeiros 100 dias de governo. Sobre o sistema de dessalinização que já funciona no Brasil há mais de década, Pontes indicou que pode haver complementariedade nos esforços para promover a agricultura familiar. “Vamos analisar o que funciona e não funciona para integrar de forma eficiente”, completou. Assistam a íntegra da entrevista concedida pelo novo ministro do MCTIC, Marcos Pontes.
Fonte: Convergência Digital
28 de dezembro de 2018