Na prestigiada série Billions, em cartaz na Netflix, candidatos a um importante cargo são recebidos com uma caixa de papelão desmontada. A tarefa é simples: montar a caixa e chamar o recrutador ao terminar. Muitos são rejeitados, até que um deles mata a charada: as partes da caixa são incompatíveis, não podem ser montadas.
O que os recrutadores esperavam era que os candidatos soubessem identificar a impossibilidade ou, com humildade, reconhecer que não conseguiam realizar a tarefa.
Novas formas de recrutamento surgem todos os dias no mundo de RH. Mais do que isso, a inovação invade as empresas com o desafios de manter os colaboradores engajados uns aos outros e ao propósito do trabalho. Foi por isso que, no último dia 17 de abril, o Grupo RHTI, da Assespro-RS, discutiu a cultura dos jogos no ambiente corporativo, tanto como ferramenta de recrutamento quanto artifício para estimular a colaboração, o engajamento e a sintonia de equipes. O case apresentado foi o da desenvolvedora de software DBServer.
Para explicar como os jogos são utilizados na cultura organizacional da empresa, participaram do evento Ana Hermann, desenvolvedora Java e .Net, Bruna Descovi, do time de RH, e Mariana Moura, responsável pela Gestão de Pessoas na empresa. Segundo elas, na DBServer os jogos são utilizados para seleção, integração de novos colaboradores, formação de equipes, inclusão de PCDs, treinamentos e lazer.
A ferramenta é bastante usada para integrar as pessoas e alinhar todos ao propósito da empresa. “Como a DBServer possui mais de 500 colaboradores, com os jogos conseguimos, por exemplo, gerar a integração de pessoas que sequer se conhecem”, explicou Ana.
Os jogos também são utilizados para criar um ambiente mais amigável e de diálogo aberto durante retrospectivas, quando o time envolvido em um projeto se reúne para avaliar um determinado projeto e comentar seus erros e acertos.
Atualmente a empresa também desenvolve seus próprios jogos, como o BDD Warrios, utilizado por Ana para ajudar equipes a fixar conceitos de BDD (Behavior Driven Development), uma técnica de desenvolvimento ágil. Além disso, a DBServer adaptações de jogos consagrados em prol de maior inclusão, como para deficientes auditivos e visuais.
“Em um dos casos, adaptamos um jogo para um deficiente auditivo criando uma regra na qual todos deveriam se comunicar apenas por gestos. Além da inclusão, conseguimos fazer com que mais pessoas participassem, já que, com o silêncio, aqueles momentos ficaram mais organizados”, contou Ana.
Com os jogos, de acordo com as palestrantes, as pessoas começam a pensar fora da caixa, desenvolvem empatia e se tornam mais criativas em seus projetos. Não se trata, segundo elas, de ter um ambiente de trabalho “descolado”, mas de utilizar os jogos com um propósito, que é o de fixar valores e habilidades na cultura organizacional da empresa. No caso do recrutamento, é uma ferramenta que auxilia na hora de buscar mindsets muito específicos nos candidatos.
Exercício
Entre os jogos, Bruna destacou o Hanabi, um game cooperativo no qual os jogadores precisam criar sequências de 1 a 5 com cartas de várias cores. Cada jogador, porém, não pode saber o que tem na mão e deve se basear nas informações passadas pelos outros jogadores, que são informadas de maneira bastante restrita. Nos times, a dinâmica gera engajamento, empatia e colaboração. Durante o encontro, as profissionais promoveram uma rodada entre os participantes.
O grupo
Os encontros do Grupo RHTI ASSESPRO-RS acontecem nas terças-feiras de cada mês, das 8h30min às 11h30min, no auditório da Assespro-RS, e têm como objetivo a troca de experiências, o aprimoramento das políticas de gestão de pessoas e o estudo conjunto de novas estratégias para retenção e atração de talentos com foco exclusivo no mercado de tecnologia da informação.
Fonte: AlfaBeta Comunicação Estratégica – Melissa Resch
19 de abril de 2018