O mundo mudou, mas as estruturas lineares e hierárquicas da era industrial mudaram muito pouco. O futuro já é presente e o presente já é passado.
Empresas do mundo todo estão finalmente se reinventando, saindo das tradicionais estruturas burocráticas para modelos mais leves e rápidos.
O consultor australiano Patrick Hollingworth traz essa visão no livro Light and Fast Organization, ponderando que em um mundo volátil, incerto, complexo e ambíguo é preciso abandonar a necessidade de controlar situações, abraçar a incerteza e responder de forma leve e rápida a condições de mudanças constantes. Com autonomia e responsabilidade. Com empoderamento. Dando liberdade para que a criatividade e a inovação encontrem novos caminhos de forma mais ágil.
Assim como ele encontrou na comparação entre expedição e alpinismo, dois de seus esportes favoritos. Alpinismo é associado a abordagens leves e rápidas, diferente de uma abordagem pesada e lenta, como uma expedição.
Essa mesma lógica pode ser aplicada ao contexto dos negócios, com organizações tomando decisões lentas, com estruturas complexas e várias camadas de governança, falhando em identificar os sinais de mudança na sua indústria e na adaptação à nova realidade.
Atuam como em uma expedição, evitando incertezas, controlando, delimitando caminhos. Gerenciar na lógica do alpinismo é liderar para a incerteza, empoderar, abrir caminhos.
E é justamente quando você se afasta do esforço de tentar controlar tudo que surgem as ideias e as oportunidades. Ser curioso e menos receoso em fracassar, arriscar e poder tomar melhores decisões. Em um mundo em constante mudança, onde o avanço exponencial da tecnologia dita as regras do jogo, em que se discute quais profissões serão substituídas por robôs e pela automação, cabe a cada um de nós refletir sobre onde queremos estar. Onde nossas organizações querem estar.
Pelo simples fato de que a incerteza no passado era uma ameaça, no presente é uma realidade e no futuro é uma oportunidade que só pode ser identificada com um mindset leve, rápido e em rede. Esse é o principal ativo para o futuro das organizações.
Fonte: Gaúcha ZH
02 de março de 2018