No Brasil, há uma atenção significativa voltada para o gerenciamento de custos na nuvem. Segundo a nova edição do estudo ISG Provider Lens Multi Public Cloud Services 2023 para o Brasil, distribuído pela TGT ISG, as incertezas econômicas globais em 2023 levaram as empresas a reavaliar seus investimentos em inovação, priorizando projetos que visam maior eficiência e otimização de processos.
A expansão da nuvem no Brasil continua proporcionando às empresas oportunidades de prosperar mesmo em tempos econômicos desafiadores. No primeiro trimestre de 2023, os fornecedores observaram uma redução na demanda. “A nuvem pública oferece economias de escala, proporcionando uma plataforma de computação altamente eficiente aos clientes”, explica Pedro L. Bicudo Maschio, distinguished analyst da ISG e autor do estudo. “Empresas estão considerando serviços de nuvem, como análises baseadas em IA, novos modelos de machine learning e IA generativa, como oportunidades para reimaginar os processos de negócios e aprimorar ainda mais a eficiência”.
Segundo o relatório, ambientes multinuvem são mais comuns em grandes contas do que no mercado de médio porte. Isso porque as grandes geralmente possuem diversas unidades de negócios, cada uma com seus próprios aplicativos e requisitos, como ERP e CRM e-commerce, enquanto empresas de médio porte tendem a consolidar aplicativos para alcançar economias de escala”.
“Independentemente do porte da empresa, os clientes optam pela plataforma de nuvem que melhor atende a cada carga de trabalho específica. Alguns aplicativos são substituídos por plataformas SaaS, enquanto outros podem se beneficiar de ambientes de nuvem específicos”, comenta o autor. “No Brasil, a maioria dos data centers em nuvem possui links diretos conectando diferentes nuvens, eliminando a necessidade de configurações de rede personalizadas”.
A multinuvem oferece vantagens como baixa latência e alta segurança, tornando-se uma escolha atraente para os clientes. A consolidação de todas as cargas de trabalho em uma única nuvem não é vista como uma necessidade, pois a diversidade de opções permite atender de maneira mais eficiente às demandas únicas de cada empresa.
A expectativa dos clientes é estender o uso de AIOps para automatizar FinOps e a governança de nuvem, além de observar-se uma crescente adoção da abordagem multinuvem. O relatório indica também que existe uma demanda crescente por modernização de aplicativos para otimizar a utilização das tecnologias nativas da nuvem.
Mesmo para empresas já operando na nuvem pública, existem oportunidades de otimização. O relatório ressalta que uma migração rápida para a nuvem, sem a implementação de uma governança robusta, pode resultar em uso excessivo de recursos. A infraestrutura como código (IaC) permite que equipes ágeis implantem aplicativos com facilidade, provisionando recursos de nuvem com um clique. No entanto, é crucial implementar uma governança eficaz para evitar o uso descontrolado de recursos.
“Os usuários podem configurar novos ambientes para testes, validação de aplicativos, desenvolvimento de PoCs ou outros propósitos, mas é essencial não negligenciar o desprovisionamento desses ambientes posteriormente, a fim de evitar aumento nos custos da nuvem”, declara Pedro. Diante desse desafio, os clientes procuraram orientação junto ao ISG para melhor controle dos gastos com nuvem.
Por este motivo, a edição de 2023 deste estudo TGT ISG teve serviços FinOps e de otimização de nuvem como um quadrante separado, identificando que os principais fornecedores podem automatizar a marcação de recursos, utilizando padrões e indicadores específicos do cliente. Adicionalmente, que eles fazem uso de análises avançadas para evidenciar a utilização da nuvem em diversas áreas, incluindo aspectos financeiros, de governança, segurança e de sustentabilidade.
O relatório ISG Provider Lens Multi Public Cloud Services 2023 para o Brasil avalia as capacidades de 45 fornecedores em sete quadrantes: Consulting and Transformation Services for Large Accounts, Consulting and Transformation Services for Midmarket, Managed Services for Large Accounts, Managed Services for Midmarket, FinOps Services and Cloud Optimization, Hyperscale Infrastructure and Platform Services, e SAP HANA Infrastructure Services.
O relatório nomeia Dedalus como Líder em cinco quadrantes, Compass UOL como Líder em quatro quadrantes e TIVIT como Líder em três quadrantes. Accenture, AWS, BRLink, Capgemini, Kyndryl, Microsoft, Nextios, Sky.One, V8.Tech e Wipro são nomeadas Líderes em dois quadrantes cada, enquanto Atos, Google e Unisys são nomeadas Líderes em um quadrante cada.
Além disso, Capgemini, Extreme Group, Inmetrics, Oracle e SoftwareONE são nomeadas como Rising Stars – empresas com um “portfólio promissor” e “alto potencial futuro” pela definição do ISG – em um quadrante cada.
- Fonte: TIInside.com.br
- Imagem: Freepik
- 12 de janeiro de 2024