ESG: 81% dos gestores de MPEs desconhecem o conceito

Informação foi divulgada nesta terça-feira (15) em levantamento feito Sebrae

De acordo com o levantamento “O Engajamento dos Pequenos Negócios Brasileiros às práticas ESG”, divulgado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) nesta terça-feira (15), cerca de 81% dos gestores de micro e pequenas empresas afirmaram desconhecer o termo ESG.

A sigla, que, em português, representa o conceito de sustentabilidade ambiental, social e de governança corporativa nas empresas, é estranha para 84% das companhias analisadas nas regiões Sul e Sudeste. Já os gestores da região Norte, foram os que demonstraram maior entendimento sobre o tema.

Sobre as pressões para que as empresas adotem as práticas ESG, a cobrança pelas ações relacionadas a governança se destacam com 36%, enquanto as ligadas aos temas ambientais têm 30% e as relacionadas à tópicos sociais têm 29%.

Os percentuais, de acordo com o estudo, são considerados baixos, uma vez que o tema vem recebendo grande exposição nos meios de comunicação e a agenda na sociedade em geral também aumentou: “A baixa percepção de cobrança pode indicar que as MPEs ainda não têm sido confrontadas de forma mais sistemática ou objetiva sobre a agenda ESG”.

Ainda assim, a maior parte dos pequenos negócios disse adotar práticas alinhadas à ESG, com percentuais que correspondem, respectivamente, a 75%, 56% e 87% para cada letra da sigla. Entre as medidas mais usadas, estão a redução no consumo de água, adotada por 69,2% dos entrevistados, o combate à discriminação em todos os aspectos, seguido por 89,4% das empresas, e a promoção de uma conduta ética e transparente pelos gestores dos empreendimentos, feita por 90,3% das companhias.

De acordo com o Sebrae, as MPEs entrevistadas adotam práticas ESG movidas não tanto pela pressão que percebem receber de suas partes interessadas, mas por outras razões: “Uma possibilidade é a compreensão da importância dessas questões para o seu negócio. Outra é a percepção da relevância que esses temas têm para a sociedade como um todo”.

Para Sonia Consiglio, especialista em sustentabilidade e SDG Pioneer pelo Pacto Global da ONU, o contraste observado nos resultados do estudo entre o conhecimento dos gestores sobre ESG e a prática informada por eles não é alarmante e pode ser resolvido com ações educativas a respeito do tema.

O cenário seria mais preocupante, segundo ela, caso os números exibissem um cenário em que as práticas fossem reduzidas em relação à teoria. Ela acredita, no entanto, que o conhecimento teórico pode ajudar a ampliar as ações já adotadas: “A gente tem que fechar o intervalo entre conhecimento e prática para que as iniciativas possam ser ainda mais alavancadas, aprimoradas e desenvolvidas à luz do entendimento mais profundo do que se trata essa agenda”.

 

  • Fonte: Administradores.cnt.br
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  • 15 de agosto de 2023