O grupo Zaffari, uma das maiores redes de supermercados do país, está trabalhando com a 4all, plataforma de aplicativos e meios de pagamento gaúcha, no desenvolvimento de um novo serviço ainda confidencial.
A informação veio da 4all, procurada pela reportagem do Baguete para se posicionar sobre rumores que tem corrido no mercado nos últimos dias no sentido de que o Zaffari teria comprado parte da 4all, ouvidos pelo site de diferentes fontes.
“O Zaffari é nosso cliente e isso é o que eu posso dizer. Eles vão divulgar como entenderem melhor o que foi entregue”, resume Thiago Ribeiro, responsável pela área de comunicação da 4all.
Procurado sobre pela reportagem do Baguete para comentar sobre os rumores de aquisição, o Zaffari se limitou a negar a compra da 4all e não retornou até o fechamento dessa reportagem um segundo pedido no sentido de esclarecer a existência de algum tipo de relação entre as duas partes.
As possibilidades Zaffari tem dezenas de supermercados e meia dúzia de shopping centers de alto padrão, o que é um ótimo fit para uma empresa que tem tecnologia de pagamentos móveis entre os seus fortes.
O Zaffari é uma empresa familiar com décadas de atuação notoriamente discreta pelo que acontece da porta para dentro da organização, focando toda sua divulgação em assuntos como a abertura de novos supermercados ou as ações sociais da companhia.
A empresa é a única gaúcha entre as 20 maiores redes de varejo de supermercado no Brasil, tendo ficado em sexto lugar no ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) de 2016, com um faturamento bruto de R$ 4,94 bilhões em 2016, quase 10% nominais acima do valor de 2015.
A 4all é uma empresa bem diferente, tendo sido inaugurada com bastante barulho no final do ano passado (festa para centena de convidados, Fernanda Lima de mestre de cerimônias, etc) e no centro de uma campanha constante de marketing desde então.
A startup é o novo empreendimento de José Renato Hopf, fundador da GetNet, e, após a venda da empresa de meios de pagamento para o Santander, provavelmente um milionário.
Neste ano de atuação, no entanto, a 4all não abriu número de usuários ou dos resultados da empresa, dando início a rumores sobre as condições financeiras da companhia.
Na época da fundação, os rumores eram que a 4all tinha R$ 100 milhões em capital disponível de investidores.
Mesmo assim, com dezenas de funcionários instalados em um endereço nobre de Porto Alegre, um número não revelado de aquisições e patrocínios de alta visibilidade, está claro que a 4all tem um “burn rate” alto, para usar um termo chique.
Projetos com esse nível de ambição também tem um alto fator de “olho gordo” ainda mais estando baseados em um mercado relativamente pequeno como o Rio Grande do Sul, para ser menos técnico.
As metas da 4all eram ambiciosas: o objetivo era ter a metade da população de Porto Alegre (estamos falando de 700 mil pessoas) usando alguma aplicação da 4all até o final do ano passado, para avançar em outras cidades em 2017 (o que ainda não aconteceu) e globalmente em 2018.
Segundo Ribeiro comentou com o Baguete, a empresa vem adotando uma abordagem mais B2B nos últimos tempos, se posicionando como um alavancador de “transformação digital” para empresas.
Além do Zaffari, a 4all já fechou contratos com o Grupo RBS para a criação de uma plataforma digital para a rede de descontos Clube Donna e com o Shopping Total de Porto Alegre para um aplicativo integrado a meios de pagamento.
Fonte: Baguete
22 de novembro de 2017