Apesar de obrigatório, apenas 17% das empresas possuem um DPO (Data Protection Officer) – ou Encarregado de Dados – em seu quadro de colaboradores. É o que diz uma pesquisa feita pelo Painel TIC.
Após 2 anos de LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados), muitas empresas ainda não contam com um profissional responsável pelos dados pessoais, como exige a LGPD. Isso demonstra a necessidade de adequação a essa nova legislação, onde as empresas que não priorizam a privacidade e proteção de dados de seus clientes ficarão para trás.
Outros dados trazidos pela pesquisa mostram que, entre as empresas que possuem um DPO, 43% são de grande porte, 29% de médio porte e 15% de pequeno porte.
E quando falamos de organizações do setor público, a porcentagem de um DPO contratado é de 81% nos órgãos federais e 33% nos órgãos estaduais. No entanto, as prefeituras possuem um número menor, com somente 14% de profissionais nomeados.
Setor público e privado pretendem se adequar
A busca pela adequação à LGPD pode não ser um processo simples. Mas pesquisas apontam que empresas do setor público e privado estão demonstrando interesse para a resolução do problema.
De acordo com a pesquisa, 36% das empresas já realizaram encontros em 2021 para tratar especificamente sobre temas relacionados à privacidade e proteção de dados, tendo esses encontros acontecido com mais regularidade nas organizações de médio e grande porte.
Das empresas entrevistadas, 23% demonstraram possuir um setor específico ou de funcionários para tratamento de dados, com mais frequência entre as empresas de médio e grande porte.
Referente aos órgãos públicos, quando observado a presença de um setor de Tecnologia da Informação (TI) ou de disponibilização de capacitações acerca da LGPD, considerando ao menos um colaborador da área de TI, 91% no Judiciário e 82% no Ministério Público contam com essa iniciativa. Já o Executivo e Legislativo aparece com cerca de metade da iniciativa.
Baixo número de DPOs no setor da saúde
Tanto no setor público quanto no setor privado, as organizações da área da saúde no Brasil apresentaram ter muito a melhorar, já que entre as instituições públicas de saúde apenas 20% contavam com encarregado de dados até 2021, contra 39% no setor privado.
Uma outra pesquisa traz dados alarmantes sobre a área, mostrando que é um dos setores que mais sofre com crimes cibernéticos, onde os hackers sequestram dados sensíveis de pacientes.
Os cibercriminosos lucram mais com dados sensíveis, pois além de ser possível identificar o titular dos dados, ainda expõem informações como raça, estado de saúde, opiniões políticas, entre outras informações que podem ser facilmente utilizadas para aplicação de golpes nos titulares ou até mesmo solicitação de resgate à empresa violada.
Preocupação dos jovens com o uso de seus dados
Também realizada anteriormente com jovens acima de 16 anos, a pesquisa expôs que 42% deles se preocupam com o destino de seus dados durante o uso da web e aplicativos, e 25% afirmou ter certo nível de preocupação com o tema.
Por fim, Alexandre Barbosa, gerente da Cetic.br, diz que “Os resultados indicam que os usuários de Internet têm maior percepção de risco no ambiente digital quando realizam transações financeiras. Mas também é relevante a preocupação com o tratamento de seus dados em outras atividades online, como o uso de aplicativos de relacionamento, até então pouco explorados em outros estudos, assim como o uso de redes sociais, um dos tipos de plataforma em que os brasileiros estão mais presentes“.
- Fonte: LGPDBrasil.com.br (Gabriela Stahler, Privacy Tech)
- Imagem: Pexels.com
- 16 de setembro de 2022