Empresa quer triplicar até 2024, com direito a compras e uma perspectiva de IPO.
A Meta acaba de fechar o seu novo planejamento estratégico, estabelecendo o objetivo de triplicar de faturamento até 2024, se colocando na posição de poder decidir tomar passos mais ousados, como uma abertura de capital.
Para chegar lá, a empresa deve aumentar organicamente a sua operação, aumentando a equipe em 30% em 2021, uma cifra que significaria superar os 3 mil funcionários.
Em paralelo, a Meta deve fazer compras de porte, um movimento inédito para a empresa, fundada nos anos 90 em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre.
Tendo em conta que a Meta já vem de aumentar a operação 2,5 vezes de tamanho entre 2017 e 2020, superando o objetivo de duplicar o negócio, o alvo parece atingível.
De acordo com Telmo Costa, CEO da Meta, as aquisições que a empresa projeta são em campos como experiência de usuário (UX, na sigla em inglês), IA (vale lembrar que a empresa tem uma operação em Toronto, um polo mundial no tema) e também no segmento SAP, que está passando por uma consolidação.
“A pandemia abriu as portas de vez para projetos remotos. Isso vai mudar toda a dinâmica e reforçar a consolidação”, aponta Costa, destacando que o novo cenário abriu muitas portas para a Meta, que já trabalhava com projetos remotos há tempo e cresceu muito na pandemia.
A Meta já está desenvolvendo uma experiência no tema aquisições por meio da Meta Ventures, o braço de investimentos da empresa, que tem o objetivo de investir R$ 20 milhões em startups de tecnologia nos próximos anos.
A empresa não abre valores, mas pelas projeções, os planos de aquisições e a quantidade de funcionários da Meta, além do interesse crescente de investidores no mercado de tecnologia, uma abertura de capital no médio prazo parece um passo lógico.
“Estamos nos preparando para poder tomar a decisão de fazer um IPO ou não”, aponta Telmo Costa, CEO da Meta, destacando que a opção por uma abertura de capital envolve muitos fatores e coloca a empresa numa situação totalmente diferente.
Questionado sobre os benchmarks da Meta, Costa deixa a cautela um pouco de lado e aponta a Globant, maior empresa de desenvolvimento de software da Argentina com 12,5 mil funcionários, faturamento de US$ 814 milhões em 2020 e a primeira latino americana a abrir capital na Nasdaq, em 2014.
O portfólio da Globant, que recentemente comprou a GA, outra empresa argentina forte no segmento SAP (ambas estão no Brasil, ainda que com presenças algo discretas) é equivalente ao da Meta.
As empresas trabalham com combinações de consultoria, software empresarial e ênfase em métodos ágeis de desenvolvimento e UX que o mercado tem unido sob o rótulo “transformação digital”, o Santo Graal perseguido por outros players brasileiros, como Stefanini e CI&T.
A Meta vem fazendo seu dever de casa. A empresa acaba de implantar o software de gestão S/4 Hana da SAP e tem feito contratações frequentes para o seu comitê de gestão, no qual tem assento os dois fundadores (Costa e o vice-presidente Cláudio Carrara) e mais sete executivos, três deles mulheres contratadas no último ano.
A última novidade foi Simone Lettieri, ex-líder do Interactive Experience Brasil da IBM, para assumir o recém-criado cargo de Chief Digital Officer (CDO), liderando uma área focada em “novas abordagens de negócios e produtos”.
“O nosso objetivo é ser a principal empresa de transformação digital do país”, afirma Costa. “Se é para sonhar, tem que sonhar grande”, agrega o CEO.
- Fonte: Baguete
- Foto: Meta
- 22 de julho de 2021