Está a pleno vapor a produção de equipamentos de proteção individual (EPIs) para profissionais de saúde e roupas de cama por um mutirão que envolve startups e empresas ligadas à Universidade Feevale. A iniciativa, liderada pela diretoria de Inovação da instituição em conjunto com o curso de Moda, prevê a doação a hospitais do Vale do Rio dos Sinos que estão na linha de frente de combate ao Covid-19.
Serão confeccionados 30 kits de calça e jaleco cirúrgico, 100 kits de lençol e fronha e 1 mil máscaras, em um trabalho que envolve acadêmicos, docentes e voluntários. Uma das novidades é o uso de um tecido que usa a nanotecnologia para reduzir os riscos de disseminação do Covid-19 nos hospitais.
A parceira nesse caso é a Dublauto Gaúcha, instalada na unidade do Feevale Techpark de Campo Bom. A empresa doou cerca de 6 mil metros de tecido poliéster e 1,5 mil metros de malha de bambu de diversas cores para a confecção das unidades das calças e jalecos cirúrgicos e das roupas de cama. A empresa desenvolve diversos produtos com nanotecnologia. “Os tecidos da Dublauto são nobres, de fibra de bambu, que é um antimicrobiano natural, tem alto poder de absorção e é térmico”, explica a diretora de Inovação da Feevale, Daiana de Leonço Monzon.
Os kits de roupas cirúrgicas servirão para que os profissionais da saúde possam substituir as suas roupas antes de ingressarem nos hospitais. Com isso, eles podem trabalhar nos ambientes hospitalares, onde circula o vírus e, antes de ir embora, é só tirar a colocar novamente a sua roupa.
O diretor de tecnologia da Dublauto, Evandro Wolfart, explica que a empresa usou nanopartículas de prata, que têm propriedades antimicrobianas. “Esse tecido é altamente eficiente contra bactérias e alguns estudos recentes e ainda preliminares mostraram que podem ser um importante elemento de proteção contra vírus”, explica, destacando que eles podem morrer ao entrar em contato com a malha.
Além da Dublauto, a Rita Corrêa dos Santos Jaquetas contribuiu com a doação de tecidos para a confecção do material e o Sicredi fez uma doação em dinheiro para a compra de tecido para a fabricação de 1 mil máscaras de tecido, outra necessidade dos serviços públicos de saúde da região.
“Ficamos orgulhosos de ver empresas do Feevale Techpark contribuindo nessas ações, em meio a uma crise como essa. Isto mostra o quanto nós, seres humanos, somos mais fortes juntos e que unidos podemos colaborar para que essa pandemia passe o mais rápido possível”, enfatiza.
Para o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov, o Rio Grande do Sul está dando uma amostra da sua grande da capacidade de reação. “Isso é a prova cabal de que a ciência e a tecnologia tem que estar a serviço da sociedade. Não é com trevas e preconceitos que a gente faz que a sociedade avance, mas com ciência e tecnologia”, reforça.
A Universidade também está trabalhando com os municípios da região para, através dos seus laboratórios de bioanálise e virologia, poder fazer testes de detecção do Covid-19, colaborando assim com as secretarias municipais de saúde.
Ontem, a instituição anunciou que seguem abertas as inscrições para o Pitch Day da Universidade Feevale, iniciativa que abre as portas do Feevale Techpark para novas startups. O evento acontece no dia 25 de abril, e pela primeira vez será realizado on-line.
Para participar do processo seletivo, é necessário que a proposta tenha potencial tecnológico e se encaixe em uma das cinco áreas de atuação do Feevale Techpark: Tecnologia da Informação e Comunicação; Indústria Criativa; Materiais e Nanotecnologia; Ciências da Saúde e Biotecnologia; e Ciências Ambientais e Energias Renováveis. As inscrições podem ser efetuadas até as 23h59 do dia 23 de abril pelo site.
Fonte: Jornal do Comércio
03 de abril de 2020