Inspirado em iniciativas de Barcelona e de Medellín e na Mobilização Empresarial para a Inovação (MEI) e Pacto Alegre, foi lançado na quinta-feira no Palácio Piratini o Inova RS, programa gaúcho de articulação entre governo, universidades, empresas e sociedade que coloca a inovação como elemento central para o desenvolvimento do Estado.
“Queremos estimular a geração de riqueza e de oportunidades para os talentos locais ficarem aqui, produzindo e vivendo aqui. No passado, moderno era medir a riqueza em barris de petróleo; hoje é pelas pessoas”, afirma secretário Inovação, Ciência e Tecnologia do Estado (SICT), Luís Lamb. Segundo ele, a ideia é conectar o Estado para que, até 2030, se torne referência global em inovação como estratégia de desenvolvimento local.
O Inova RS prevê ações em oito regiões do Rio Grande do Sul: Metropolitana e Litoral Norte; Sul, Fronteira Oeste e Campanha, Central, Produção e Norte, Noroeste e Missões, Serra e Hortênsias e na Região dos Vales. Serão destinadas bolsas para que cada região tenha o apoio de três gestores especialistas em inovação, que trabalharão de forma articulada com a SICT. As bolsas serão de R$ 3 mil a R$ 5 mil, totalizando R$ 2,6 milhões em dois anos.
As regiões definirão os projetos prioritários, como na área de transporte, por exemplo, e estruturarão em conjunto um plano de ação. A partir daí, serão buscadas as soluções e também os recursos no mercado para viabilizar as iniciativas. Segundo Lamb, Badesul e o Banrisul já se propuseram a fazer linhas de fomento especificas à inovação associadas as ideias do projeto Inova RS.
“Esse é o primeiro grande programa de inovação do governo do Estado. Não queremos que o governo seja protagonista e, sim, que possamos ajudar a alavancar as iniciativas locais”, disse o governador Eduardo Leite, que durante o evento de lançamento do projeto fez a assinatura digital do documento que instituiu o Inova RS.
Qualquer semelhança com o Pacto Alegre não é mera coincidência. O conceito de colaboração, de todos trabalhando juntos por um bem comum, é o mesmo. Inclusive, muitos dos nomes que lideram essa iniciativa também fazem parte das discussões para a criação do Inova RS.
“O Inova RS se nutre das experiências do Pacto Alegre para articular ações de toda sociedade, mas extrapola para a esfera estadual. É como se fossem oito pactos regionais que respeitam as especificidades de cada região, mas com uma mesma metodologia”, explica o coordenador do grupo de trabalho que elaborou o projeto, Jorge Audy.
Segundo ele, a dinâmica de desenvolvimento mudou de um processo competitivo para o colaborativo, comenta, citando as iniciativas que vem sendo feitas nos últimos anos em prol da inovação do Estado. “Isso que está acontecendo agora está alicerçado em um caldo cultural que foi se formando nos últimos anos por diversos governos. Inovação se faz com continuidade e não com rajadas de ações e investimentos”, analisa Audy.
A partir da coordenação das ações dos ecossistemas de inovação existentes nessas regiões e, de forma colaborativa, a perspectiva é tornar o Estado um lugar que promova, retenha e atraia investimentos e talentos. “As oito regiões já têm iniciativas de parques tecnológicos e foram definidas, também, pelo amadurecimento dos seus ambientes de inovação”, destaca o presidente da Rede Gaúcha de Ambientes de Inovação (Reginp), Carlos Eduardo Aranha.
Em setembro e outubro serão realizados eventos pelo Estado para a sensibilização dos agentes locais. “Esse trabalho orquestrado é importante para conseguirmos potencializar as ações, especialmente em função da falta de recursos”, afirma o reitor da Universidade Feevale, Cleber Prodanov.
O CEO das empresas Randon, Daniel Randon, diz que é importante criar um ambiente inovador para o desenvolvimento das empresas, de forma que elas possam buscar mais competitividade.
Fonte: Jornal do Comércio
23 de agosto de 2019