CEO de empresa de bem-estar corporativo ressalta a importância de acompanhar estas métricas para garantir uma gestão de pessoas de maior impacto
O mercado atual vem exigindo um setor de Recursos Humanos cada vez mais estratégico para garantir vantagens competitivas à empresa. E uma das formas mais importantes para gerar impactos favoráveis aos resultados do negócio é que o departamento acompanhe atentamente indicadores-chave que reflitam o desempenho de suas práticas de gestão de pessoas.
“Os KPIs fornecem indicadores valiosos sobre o desempenho geral do setor de RH, ajudando a tomar decisões mais embasadas, identificar áreas de melhoria e monitorar o progresso ao longo do tempo. Podemos dizer que estas informações são como uma bússola para o negócio e também devem fazer parte do processo de construção da cultura organizacional”, destaca Luis Gonzalez, CEO da empresa de bem-estar corporativo Vidalink.
Sobre o tema, Gonzalez lista oito indicadores fundamentais a serem mantidos no radar dos RHs para que se assegure uma atuação estratégica eficiente. Confira:
1. Custo Total do Funcionário
O indicador de Custo Total do Funcionário vai além do simples salário pago ao colaborador, pois inclui todos os benefícios (vale-refeição ou alimentação, vale-transporte, auxílio creche etc.), encargos trabalhistas (FGTS, INSS, férias, 13º salário) e manutenção do quadro de pessoal.
Outras estimativas também devem ser levadas em conta, como o custo do processo de contratação e afastamentos. Isso permite que os investimentos em benefícios e desenvolvimento pessoal sejam justificados e alinhados aos objetivos estratégicos da empresa.
2. Turnover
Também conhecido como rotatividade, é uma das métricas mais importantes para o RH, pois mede a taxa de entrada e saída de funcionários de uma empresa em um determinado período de tempo. Uma alta rotatividade pode indicar problemas relacionados a gestão de pessoas, retenção de talentos, clima organizacional ou insatisfação com políticas internas, além de gerar custos adicionais ao negócio com demissões, recrutamento e seleção e treinamento de novos funcionários.
3. Absenteísmo
O absenteísmo mede a taxa de faltas dos colaboradores no trabalho. Essas ausências podem ser justificadas por questões de saúde, licenças, férias ou outros motivos pessoais. Um número alto pode ter impactos na produtividade da equipe e indicar desajustes no ambiente de trabalho, falta de motivação ou até mesmo problemas de saúde e bem-estar dos colaboradores.
4. Clima organizacional
O indicador de clima organizacional mede a percepção dos colaboradores sobre o ambiente de trabalho e a cultura da empresa. Ele reflete a satisfação, motivação e o grau de engajamento dos funcionários com suas atividades e com a organização como um todo.
É essencial que o RH realize pesquisas de clima organizacional periodicamente para identificar pontos de melhoria e implementar ações que promovam um ambiente de trabalho saudável, estimulante e motivador.
5. Engajamento
O engajamento é crucial para medir a motivação e comprometimento da equipe. É possível mensurá-lo por meio de pesquisas de clima organizacional, em que os funcionários respondem a questionários sobre seu nível de envolvimento, satisfação e percepções em relação à empresa.
Outra abordagem é analisar a taxa de rotatividade de funcionários, já que colaboradores mais engajados tendem a permanecer na empresa por mais tempo. O monitoramento e o feedback do desempenho nas atividades devem fazer parte do dia a dia.
6. Retorno sobre Investimentos
Considerado um dos indicadores mais importantes, o ROI (da sigla em inglês Return On Investment) serve para mensurar os resultados sobre os investimentos em recrutamentos, treinamentos, desenvolvimento, equipamentos e outras ações relacionadas ao capital humano.
Para mensurar o retorno sobre o investimento, é necessário realizar um cálculo que leve em conta o quanto a empresa ganhou e o quanto ela gastou para chegar a tal objetivo, conforme se segue:
ROI = (receita – custo) / custo
Para encontrar o equivalente em porcentagem, basta multiplicar o valor final por 100.
Assim, supondo que seu RH gastou R$ 8mil em processo seletivo, equipamentos e treinamento para novos colaboradores, e estes geraram um lucro para a empresa de R$ 24 mil, teremos o seguinte cálculo:
ROI = 24.000 – 8.000 / 8.000
ROI = 2
Ou seja, o retorno sobre o investimento foi duas vezes maior que o custo inicial.
7. Reclamações trabalhistas
O monitoramento sobre os processos judiciais ou reclamações de colaboradores relacionadas a questões trabalhistas permite identificar problemas na gestão de pessoas ou no cumprimento das leis. Além do impacto financeiro, as reclamações trabalhistas podem prejudicar a imagem da empresa e afetar a motivação e a confiança dos colaboradores.
8. Indicador de bem-estar
Os KPIs não devem ser geridos sem considerar um aspecto fundamental para os recursos humanos: o bem-estar. O colaborador deve ser apoiado em todos os pilares: saúde física e mental, alimentação, exercícios físicos e desenvolvimento profissional e pessoal.
É essencial a organização levar em consideração esse ponto, uma vez que demonstrar cuidado e preocupação com o bem-estar do colaborador ajuda a criar um clima organizacional positivo, aumentar a retenção de talentos, impulsionar a criatividade e inovação, melhorar a reputação da empresa e sustentar o desempenho a longo prazo.
Essa é uma estratégia inteligente que auxilia positivamente os outros indicadores, beneficiando tanto os funcionários, quanto a organização. Como sugere Gonzalez, o RH da empresa pode realizar uma pesquisa para verificar o nível de satisfação dos colaboradores em relação a estes pontos e, a partir dos resultados, propor, por exemplo, programas de benefícios para melhorar o indicador.
- Fonte: Administradores.cnt.br
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- 16 de agosto de 2023