Falar sobre aplicar tecnologias como big data, inteligência artificial e realidade virtual nos negócios pode parecer algo distante para quem é dono de uma pequena ou média empresa. Mas a verdade é que inovações como essas já podem ser grandes aliadas de empreendedores que querem otimizar custos e processos em canais de venda, no atendimento ao cliente, na gestão financeira e até mesmo na forma de receber pagamentos.
“Hoje temos tecnologias disponíveis para todos os tipos de empresa. O que precisa ser feito é um bom planejamento, alinhado com o plano de negócios da companhia, buscando a inovação para se manter competitivo no mercado”, afirma Gerson Ribeiro, professor de comportamento do consumidor digital da pós-graduação da ESPM. Segundo ele, a tecnologia hoje é totalmente acessível e deve ser vista como obrigatória no dia a dia de qualquer empresa.
Para quem quer começar, o segredo é estudar e não ter medo de errar. “O ambiente digital e de inovação muda o tempo todo e o ponto mais importante é planejar, testar, mensurar e planejar novamente, sempre de forma automatizada e baseada em dados”, diz o professor. E o investimento nem sempre precisa ser tão alto.
“Hoje, há soluções mais baratas e tecnologias que conseguem ter um custo de acordo com a necessidade da empresa. No passado, existia muita preocupação quanto ao valor destinado para infraestrutura, máquinas e softwares. Agora, o grande ponto é que as soluções se adequam ao tamanho da empresa”, explica Eduardo Endo, diretor acadêmico dos MBAs da Fiap.
Seja no custo-benefício, na melhoria da experiência do cliente ou na precificação dinâmica dos produtos, são muitas as aplicações para as pequenas e médias empresas. Listamos, a seguir, algumas das tendências tecnológicas e suas vantagens.
Inteligência artificial
Um exemplo é o chatbot, que pode ser utilizado como atendimento ou como ferramenta de vendas. “Há exemplos em que um robô substitui cerca de quatro pessoas na operação, o que torna o negócio mais rentável e escalável”, diz Ribeiro. Segundo ele, outras oportunidades estão relacionadas com a comunicação: qualquer empresa pode trabalhar uma mídia digital 100% automatizada, baseada em metas predefinidas e operada por inteligência artificial.
Realidade virtual
Imagine uma rede de hotel trabalhando a experiência de sua hospedagem por realidade virtual. Ou um empreendimento imobiliário lançado 100% por VR. “Conheço casos em que não foi construído estande de vendas, mas uma plataforma que levava toda a experiência do condomínio, inclusive com simulação da vista do apartamento com gravações feitas por drone. Isso leva o consumidor a uma experiência real da compra. Pense no quanto isso pode aumentar a propensão de compra do consumidor”, explica Ribeiro.
Big data
Muitas empresas não conseguem medir o retorno sobre o investimento de uma venda, quantas vezes cada pessoa faz novas aquisições ao longo de um ano ou quais produtos ela compra. “O futuro da comunicação e dos negócios é entender cada vez mais a jornada de compra do seu consumidor e trabalhar uma mensagem personalizada, que atenda à necessidade do seu cliente. E isso só pode ser feito com um trabalho baseado em dados”, afirma.
Meios de pagamento digitais
Esse é um mercado que evoluiu muito nos últimos anos. A tecnologia near field communication (NFC) é a que tem ganhado mais popularidade por permitir que o cliente pague suas compras ou serviços apenas aproximando o celular, relógio ou pulseira de máquinas que suportam a tecnologia. Além de oferecer uma comodidade ao cliente, a empresa ganha praticidade e velocidade em suas vendas. A Rede, por exemplo, oferece também serviços com presença digital. Há maquininhas como a Smart Rede, que contam com uma loja de aplicativos com uma série de ferramentas para emissão de notas fiscais, automação comercial, gestão de estoque, emissão de relatórios e controle de caixa. “Para o pequeno e médio empresário, isso é muito importante, pois colabora com a gestão e, muitas vezes, traz taxas reduzidas para o negócio”, diz.
Internet das coisas
Câmeras controladas pela internet, contratos automatizados, iluminação inteligente, cartão de ponto virtual. A tecnologia já está dentro das empresas e, muitas vezes, nós não percebemos. “O ponto mais importante é o empresário ter em mente que todo trabalho repetitivo será automatizado. Todo produto que não está alinhado com uma nova óptica de consumo deixará de existir ou será trocado por outro que traga mais valor para a sociedade. Esse pensamento trará inovação e, mais do que isso, competitividade para a empresa.”
Reconhecimento facial
Hoje, já existem tecnologias em pontos de venda que conseguem, por meio do reconhecimento facial, realizar pesquisas de satisfação, entender comportamentos diante de um produto e até identificar o consumidor para trabalhar melhor a comunicação direcionada a ele. “No mercado americano, mais maduro com self check-out, já existe o conceito Smile to Pay: pelo reconhecimento facial, os produtos comprados são identificados pelo caixa, e o consumidor simplesmente sorri para o celular, que usa esse sinal como pagamento”, explica.
Fonte: Contadores
28 de novembro de 2018