Acaba de ser inaugurado no Iguatemi, um dos principais shoppings centers de Porto Alegre, o Pier X, um local divulgado pelos seus criadores como “o primeiro marketplace phigital” do Brasil.
De acordo com nota divulgada para a imprensa, phigital no caso é uma combinação das palavras inglesas “physical” e “digital”, querendo conotar um espaço no qual o “físico e o digital vão andar lado a lado”, formando uma “plataforma inédita de experiência” na qual estão englobados “entretenimento, serviço e varejo”.
Usando uma linguagem mais contida, é possível descrever o local como um misto de loja, centro de eventos, bar, mais importante, um showroom das tecnologias de pagamento da 4all, uma startup lançada no ano passado por José Renato Hopf, ex-CEO da GetNet.
Isso porque todas as transações de pagamento serão feitas por meio de um aplicativo da plataforma, sem intermediários como vendedores, atendentes e garçons. Os créditos serão carregados no app em um caixa disponível no local da empresa gaúcha de ATMs Saque e Pague.
No entanto, cada setor conta com um “curador”, especialista em sua área, e também os “helpers” para esclarecer dúvidas.
O espaço, totalizando 534m² do segundo andar do shopping, abre em modelo “soft open” nesta terça-feira, 17. O espaço deve encerrar suas atividades em dezembro de 2018, no que a divulgação define como “um teste para outras localidades”.
O Pier X será comandado pelo empresário Gustavo Schifino, dono da rede de lojas de surf wear Trópico e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre pelos últimos 12 anos.
“Esta é uma iniciativa alinhada à nossa estratégia de negócio, onde a combinação de entretenimento, serviços e compras assume um formato totalmente inovador para ampliar as soluções e a satisfação do cliente”, destaca Nailê Santos, gerente geral do Iguatemi Porto Alegre.
A nota divulgada não esclarece qual é a composição comercial entre a 4all, Schifino e o Iguatemi.
Outros desdobramentos tecnológicos do local serão o monitoramento do consumo de álcool por meio do app, uma parceria com o Cabify e um e-commerce de equipamentos de surfe doados, cujos valores serão revertidos para ONGs.
O Pier X é mais uma ação de uma incansável ofensiva de marketing da 4all, que quer gerar uma massa crítica de usuários em Porto Alegre para avançar depois pelo Brasil.
Nesse processo, a empresa já fechou acordos com uma série de nomes importantes para dar visibilidade a iniciativas no Rio Grande do Sul, incluindo a RBS (um clube de descontos digital), o Grêmio (patrocínio e pagamentos digitais no estádio) e agora o Iguatemi, onde a empresa poderá ser exposta a consumidores endinheirados, e, talvez tão importante quanto, outros lojistas do centro comercial.
Os resultados de todo esse agito são difíceis de saber. A 4all tem concentrado suas divulgações em promover o produto e não nos resultados comerciais da empresa, supondo que eles já existam.
As metas eram ambiciosas: A meta era ter a metade da população de Porto Alegre (estamos falando de 700 mil pessoas) usando alguma aplicação da 4all até o final do ano passado, para avançar em outras cidades em 2017 (o que ainda não aconteceu) e globalmente em 2018.
Um pequeno atraso não deve ser problema. O rumor que circula é que Hopf e investidores teriam R$ 100 milhões em capital disponível para a 4All.
A companhia foi lançada no final do ano passado, e já tem disponíveis funcionalidades de pagamento de estacionamento (4Park), marcação de salões de beleza (4Beauty), reserva de restaurantes e telentregas (4Food), recarga de cartões de transporte coletivo (4Mobility) e pagamentos móveis para tudo isso (4Pay).
Fonte: Baguete
16 de outubro de 2017
Foto: Johnny Marco.