Representantes e empresários do setor de criptoativos se reuniram na última quarta-feira (26) na Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado Federal para discutir e esclarecer pontos importantes desse mercado ainda muito novo.
Fernando Furlan, presidente da Associação Brasileira de Criptoativos e Blockchain (ABCB), acredita que a reunião é um importante passo na aproximação com a esfera pública. “A pauta principal era uma possível regulação do setor, mas considero que o encontro foi muito além”, destacou.
O principal motivo da reunião foi responder às dúvidas gerais de senadores sobre pontos técnicos, com relação ao funcionamento de blockchain, mineração de criptomoedas e o papel das corretoras digitais. Eles explicaram também sobre o potencial dessas tecnologias no combate à corrupção, desburocratização e inclusão financeira.
Natália Garcia, presidente da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) e Rafael Santiago Lima, coordenador de estudos de atividades fiscais da Receita Federal também estavam presentes no debate.
“Um empréstimo do BNDES a uma empresa, por exemplo, poderia ser acompanhado via blockchain”, comentou Natália Garcia.
Já o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) disse ter consciência de que esse é um processo irreversível. Mas é “futuro pra daqui a cinco, dez anos”, comentou. O senador Styvenson Valentim (Podemos-RN) questionou se os criptoativos, como o bitcoin, não seriam facilitadores de crimes como lavagem de dinheiro, “por serem baseados na anonimidade”.
Em resposta a essas dúvidas, o presidente da ABCB citou, um relatório do Tesouro do Reino Unido que aponta os principais ativos relacionados à lavagem de dinheiro. “Quem está no topo desse ranking não são os criptoativos, mas sim as moedas tradicionais, as chamadas moedas fiat”, disse Furlan.
A presidente da ABCritpto lembrou, por fim, aos senadores que as criptomoedas são baseadas no pseudônimo, e não na anonimidade. “Cada usuário é identificado por uma chave alfanumérica”, explicou Garcia.
A audiência foi presidida pelo senador Flávio Arns (REDE-PR) e os senadores representaram a população lendo perguntas enviadas por cidadãos que assistiam a transmissão online do debate.
Styvenson Valentim (Podemos-RN) disse ver muitas pessoas preocupadas com pirâmides envolvendo bitcoins.
Furlan explicou que assim como qualquer outro ativo, o crime não está no meio, mas sim na forma como ele é usado. muitas pirâmides dizem que trabalham com bitcoin quando nem é o caso”, comentou sobre as criptomoedas.
Fonte: IT Mídia
28 de junho de 2019