O anúncio da Valentina, a Bot jurídica da Hurst, pode ser o início de uma batalha sem fim sobre regulamentação de Robôs na área jurídica e, por que não, em todas as áreas que serão automatizadas em breve no Brasil.
Para entender melhor o que os “Bots” (robôs de auto atendimento) fazem, não precisamos procurar muito longe. Eles já estão presentes nos atendimentos de varejistas online e SACs. Estes \”Bots\” estão sendo integrados a soluções de inteligência artificial para entender e responder melhor aos clientes com as bases de conhecimento existentes.
Então, se temos uma base de conhecimento ampla como a jurisprudência e Leis, por que não responder se temos direito ou não a alguma indenização trabalhista? E isso pode? O mecanismo só veio para ajudar as pessoas leigas em assuntos específicos do direito ou para substituir o advogado na construção e defesa na justiça.
O médico vai poder questionar o sabichão do Bot do seguro de saúde? Esta é a revolução silenciosa que muitas Startups estão desenvolvendo. Antes mesmo de notar, todos teremos assistentes pessoais digitais fazendo tarefas de nossa rotina através de nossos smartphones, como anunciou o Google recentemente na última conferência I/O.
Qual será nosso papel nesse mundo “Botizado”? Acredito que não será atendendo telefonemas e marcando consultas em um consultório, mas talvez recebendo os pacientes e garantindo uma boa experiência no local. Como humanos, sempre seremos mais empáticos que as máquinas e, por isso, temos chances contra elas. Precisamos nos unir e saber tirar proveito da assistência que podem nos oferecer, foi assim na revolução industrial e será assim inevitavelmente na transformação digital, na qual vivemos.
Se regulamentarmos os Bots, o Uber, o AirBnb, e burocratizarmos tudo que poderia transformar e melhorar a experiência dos serviços, só nos restará ser escravos da tecnologia quando ela chegar através dos gigantes tecnológicos.
Essas leis e regulamentações só limitam a criatividade de soluções necessárias para tantos problemas que assolam os países em desenvolvimento. A maneira de como vamos tratar o assunto pode realmente nos deixar sem empregos.
O desespero pelo aumento de impostos e regulamentação perde a razão na medida em que o benefício de uma inovação pode transformar vidas. Todos clamamos por mais qualidade de vida, sustentabilidade, mais eficiência nas empreas e modernização dos governos para acompanhar os novos hábitos da sociedade.
Na F8 Conference, Zuckerberg afirmou que a adoção exponencial de Bots vai aumentar a demanda da intervenção de seres humanos, já que sempre haverá falhas em algum momento da interação dos humanos com a inteligência artificial nesse momento.
No final estes \”Bots\” vilões vão acabar devolvendo os empregos que eles mesmos supostamente iriam tirar e os atendimentos vão ganhar mais agilidade e mais empatia com mais humanos.
Só o tempo dirá se é esse o caminho, mas eles já estão aqui e vieram para ficar e ajudar. Então se a pergunta é To Bot or no to Bot? I say let’s Bot, afinal, dentro do robô mais famoso das galáxias, o R2-D2, havia um ser humano dentro.
Fonte: Alex Hermann – Diretor da Soma Informática e Presidente Assespro-RS
11 de julho de 2018